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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Novas heresias no futebol


Foi notícia por estes dias: um jogador de uma equipa inglesa pode ser sancionado pela simples razão de ter escrito na braçadeira de capitão – que tinha as cores lgbtq+ (arco-íris) – a frase ‘eu amo Jesus’. Isso foi considerada uma infração aos regulamentos desportivos em que nada pode haver no equipamento que seja alusivo a slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais.

1. Rezam assim os tais regulamentos: «a incorporação em qualquer peça de vestuário (...) de qualquer mensagem política ou religiosa» é proibida e «podem ser tomadas medidas disciplinares» por «qualquer infração a estes regulamentos». De referir que um outro jogador, este de crença muçulmana se recusou a usar a braçadeira de capitão com as cores do lóbi em promoção, preferindo antes uma braçadeira de cor preta.

2. É sintomático que vivamos numa sanha antirreligiosa crescente, impondo uma outra visão e mentalidade que se reclama de abrangente, embora – como em tudo – nada seja inclusão quando se pretende fazer exclusivo. Estes mentores do ‘arco-íris’ ainda não se aperceberam que a saída do armário não pode fazer deles reis/rainhas de quem não pensa nem age como eles? Esta onda lgtb não criará o seu auto-descrédito com protecionismos desta configuração? Até onde irá a complacência de quem tem de aturar que todos afinem pelo diapasão dessa diferença: não estarão a ostracizar quem não faz parte da corporação? Então, serão criados novos excluídos pela simples razão de que não fazem parte da pretensa ‘maioria’… lgtb.

3. A ideologia de género atingiu os picos da promoção, da difusão e, consequentemente, da imposição. Quem antes era perseguido – pelo menos em certos meios e culturas – agora assume-se como perseguidor com tiques fundamentalistas mais básicos, como aqueles (ou piores) que atribuíam aos outros. Agora não ser adepto desta onda, torna-se algo perigoso e obscurantista.

4. Atendendo a que são um lóbi poderoso em palavras e de finanças, quase que constitui um poder que perpassa todos os outros poderes: na política, na comunicação social, nas artes, na economia, na justiça… nas (ditas) grandes cidades e metrópoles ou nas pequenas vilas e aldeias… no âmbito da rua e na vizinhança de prédio, no convívio social ou na gestão dos recursos financeiros… nas empresas e nas Igrejas, na roda de amigos ou no contacto com desconhecidos…

5. Esta ideologia de género tornou-se algo que já não se disfarça, antes se faz aparecer como forma de combate primário aos valores do Evangelho, nem que para isso sejam recrutados uns tantos/tantas que servem de ideólogos ou de mentores, atraindo os mais novos à ‘sua’ normalidade. Estamos, de verdade, a travar um combate em que as armas, ao menos publicamente, são desiguais e ai de quem não alinhe na onda, pois corre sério risco de ser difamado ou de lhe criarem condições adversas ao seu trabalho, seja qual for a área ou o campo de atividade. Certas campanhas como a violência doméstica, a denúncia de pedofilia, os casos de assédio (só agora trazidos a público, quando já têm anos de ocorrência) e outras situações mais subterrâneas não cheiram a concertação de meios, de objetivos ou de interesses? Nada disto é inocente nem só coincidente. Não o vemos?

6. Se até já o futebol – que seria um desporto – e num país – Inglaterra: terra-mãe do futebol – como a mais velha democracia do mundo, serve de pomo de discórdia. O que virá mais a acontecer pelas proporções que tudo isto leva… É hora de acordar!



António Sílvio Couto

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