Mais uma
vez um grupo minoritário foi alçado à categoria de grande interveniente na
sociedade… portuguesa.
‘Temos a
estimativa de cem a duzentas as crianças e adolescentes transgénero num
universo de um milhão e duzentos mil estudantes no ensino secundário’. Foi
desta forma simplista que um elemento do governo, ligado à educação, explicou
uma alteração prevista entrar em funcionamento dentro de dias nas centenas de escolas
do país.
A
questão liga-se à diferenciação entre a identidade de género e o sexo
atribuído.
Algo do
foro pessoal, íntimo e reservado passou a ser bandeira de certos grupos
minoritários, que, afinal, querem impor a sua diferenciação à maioria e com
isso poderem vir a ser maioritários nalguma qualidade, embora não o sejam ainda
na residual quantidade…
=
Efetivamente tem vindo a crescer a imposição de setores minoritários àquilo que
se convencionou chamar maioria, muitas das vezes mais silenciosa e negligente
do que representativa seja de que posição possa ser.
Se nos
ativermos às manifestações verificadas no século vinte e um poderemos encontrar
a área da pessoa e da sua moralidade/ética como um dos âmbitos mais infiltrados
de questionamentos sobre a sexualidade – nalguns casos quase se reduzindo tudo à
mera genitalidade – e onde os direitos individuais tentam impor-se aos
comunitários, isto é, uma pessoa considera-se no direito de que lhe sejam
respeitadas as suas especificidades, mesmo que isso implique colidir com a
organização social, educativa, laboral ou mesmo associativa…do resto.
Isto é
ainda mais sintomático quando vemos forças partidárias/ideológicas de índole
coletiva – marxistas, leninistas, trotskistas ou anarquistas – a serem os
promotores, difusores e cultivadores dessa incongruência mental… De facto, tornam-se
os militantes de causas fraturantes, mas que não passam de colagens de grupos
de interesses mais ou menos subterrâneos, trazidos à luz da política por
manifesto combate à cultura judaico-cristã nos campos da família e da ética
pessoal e/ou social.
= De
algum modo certos nichos ou bolhas de cumplicidades têm-se organizado em
partidos – alguns como conglomerações mal-amanhadas – que cativam a atenção de
franjas mais ou menos pretensamente instruídas, embora lendo por cartilhas de
séculos anteriores e com projetos próprios de épocas de laxismo moral e de
alguma devassidão de valores, de critérios e de comportamentos. Em bloco ou em
coligação, sob a capa de intuitos difusos ou de forma mais combativa e
acintosa, com razoável cobertura dos mass media, muitos deles suportados
exatamente por lóbis de tais interesses.
Não
deixa de ser impressionante a rápida difusão de questões anteriormente
resguardadas no seio familiar, que agora se tornaram fatores de discussão,
motivos de petições (a nova versão da vergonhosa recolha de assinaturas de
antanho), ajuntamentos ruidosos e vistosos, onde os problemas se banalizam e o
folclore dos assuntos toma a forma de quase anedótico, embora não se devesse
expor quem sofre e que precisa de compreensão e não de aviltamento dos seus
casos…
No palco
do faz-de-conta surgem as mais díspares posições, muitas delas reclamando
respeito, mas desrespeitosas para com quem pensa, vive e se comporta de modo
diverso dos modelos a serem seguidos…por eles/elas. Eis pequenos tiques de
ditadura de ‘ou pensam como eu ou são retrógrados, homofóbicos, xenófobos e
racistas’… Deste modo estaremos a criar condições para que os pequenos
ditadores se imponham não pela convicção, mas pela coação.
É tempo
de dizer basta a tais ‘intelectuais’ do submundo da ignorância, pois foi deste
modo subtil que outros fizeram do seu combate as armas de conquista à força e
sem razão.
Saídos
dos armários da intransigência, eis que temos de aprender a não dar a
importância que tais ditadores de minorias se nos querem impor…até à exaustão
como noutras circunstâncias de menos boa memória.
Acordemos
da letargia onde nos têm embalado e tantas vezes enganado…Uma mentira dita com
convicção nunca se poderá tornar verdade, nem que seja recorrida à custa da
manipulação!
António Sílvio Couto
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