Este título escrevi-o passadas poucas horas desse partido
(parece que é antes uma coligação de grupos e de interesses) político grego ter
ganho as eleições no último domingo do passado mês de janeiro… No entanto, outros
assuntos foram priorizados…enquanto se iam desenrolando as façanhas dos
intérpretes daquela vitória, que, por ser na Grécia, se tornou,
eufemisticamente, ainda mais pírrica!
- Syrisamente falando houve quem se quisesse ajuntar
àquilo que tal formação partidária pretendia significar, desde a contestação
até ao aproveitamento da onda ideológica anticapitalista, mas enraizada no mais
básico do capitalismo, o poder do dinheiro.
- Syrisamente falando tentou-se gerar algo que confluía
para uma espécie de sociedade onde (quase) tudo se consegue com o menor esforço
possível, nem que seja o de prometer muito e não fazer o mínimo e, deste modo,
se tentou galopar num certo ‘cavalo de Troia’, na medida em que se infetam as
relações entre países e culturas, menosprezando os compromissos de uns para com
os outros.
- Syrisamente pensando pareceu que a Europa tremia com
medo das consequências dum tal capitalismo coletivista, onde se usufrui daquilo
que o poder do dinheiro nos concede, mas não se trabalha para conquistar os
direitos pela assunção dos deveres, antes se vai vivendo de expedientes e
habilidades por forma a tentar ganhar tempo com distrações mais ou menos
orquestradas por manifestações e protestos… em diversos países.
- Syrisamente pensando não poderemos esquecer que, na
Europa, já vivemos – no início da década de trinta do século passado – a
emersão dum tal setor social, político e cultural que ganhou eleições, na
Alemanha, com idêntica percentagem de votos deste Syrisa e que, depois, se
catapultou em fomentar a guerra e o extermínio de milhões de pessoas… A memória
da Europa devia ser avivada para todos os perigos e riscos e não só para uns,
tentando obnubilar outros… tanto ou mais perigosos dos por agora denunciados!
= Como podemos – note-se que um movimento idêntico ao tal
da Grécia e com este nome diz ter boa aceitação popular em Espanha, embora seja,
segundo informações, subsidiado pela Venezuela…a cair de pobre e de podre – encarar
o futuro da Europeia se as instituições não nos dão credibilidade?
- Como podemos acreditar nas pessoas, se elas dizem uma
coisa num posto e o seu contraditório quando ocupam outro… repare-se nos
responsáveis da Comissão Europeia… antes e agora?
- Como podemos perceber que vamos continuar num clima de
paz na Europa – após a II guerra mundial nunca tanto tempo houve de paz neste
continente – se em cada esquina – onde a comunicação social é importante e
essencial – se dá mais valor a quem divide do que a quem trabalha pela unidade?
- Como podemos ainda ter esperança numa Europa de
harmonia se se continuar a valorizar mais a ideologia do que a Nação, a
acentuar mais a preferência partidária do que o País, se se pretende servir-se
dos lugares de intervenção para promover os lóbis e interesses de grupo… mais
ou menos subtis?
= Não poderemos esquecer que os pais fundadores da União
Europeia eram de inspiração cristã – alguns até estão em processo de
reconhecimento público das suas virtudes humanas e cristãs – e que, embora, de
países diferentes souberam interpretar o que de mais genuíno somos e temos. Aos
promotores duma certa Europa sem Deus – ignorando-O ou combatendo-O – não lhes
auspiciamos grande sucesso, pois será das raízes mais profundas da nossa
identidade coletiva e pessoal que poderemos ainda ter alguma esperança no
presente e para o futuro.
Afinal, o Syrisa…fala verdade ou mente aos seus e ao
resto da Europa? O futuro se encarregará de fazer justiça!
António Sílvio Couto
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