Num tempo em que se veem as coisas mais pelos aspetos negativos do que pela
dimensão positiva, tentaremos abordar a temática da família e ainda da Igreja
em razão das qualidades ou mesmo virtudes de uma e de outra… mesmo que
apresentando alguns aspetos, por contraste, das qualidades referidas.
Em enunciado as virtudes/qualidades da família/Igreja: comunhão, perdão, vida,
confiança, partilha, trabalho e história...
1) Comunhão – aceitação entre os
membros da família, marido e esposa, pais e filhos, união entre os vários
componentes do tecido familiar… o mesmo se dirá dos elementos da Igreja, onde
todos: leigos e clérigos, casados ou celibatários, mais novos, adultos, e
anciãos… numa comunhão de fé e de vida.
Seria, no entanto, não ter a noção das realidades se não víssemos, na
família e na Igreja, sinais de discórdia e de divisão… umas vezes mais
acentuados e noutras circunstâncias mais emergentes e dilacerantes…É urgente fazer o diagnóstico dos problemas, mas é muito mais importante cada um comprometer-se em viver a unidade e a comunhão, desde logo consigo e em si mesmo, manifestando-o aos outros e dando-lhes novas oportunidades…
2) Perdão – reconhecimento dos
próprios erros e dos outros como suscetíveis de errarem… mais do que estar a
acusar os demais, pois, muitas das ofensas são resultado da não-assunção das
falhas próprias divergindo para ver nos outros os defeitos que nos invadem e
ofuscam a correta visão deles… Isso precisa de acontecer na família e na
Igreja, devendo ser uma e outra ‘escola de perdão’ em exercício de perdão dado
e recebido.
Precisamos, urgentemente, de perder as nossas razões feridas e de curar os
corações magoados!
3) Vida – cultivada com
opções de abertura à vida nascente, numa sexualidade amadurecida e adulta…
tanto na família como na Igreja… Não podemos valorizar mais a morte do que a
vida e os seus sinais nem podemos continuar a viver num certo comodismo de
opções egoístas e interesseiras… até religiosas.
A vida – em família e na Igreja – é para ser colocada ao serviço de uns aos
outros por amor!
5) Partilha – através do diálogo
entre as várias gerações na família e na corresponsabilidade poderemos ir
descobrindo novas atitudes para sairmos do isolamento psicológico em que tantas
vezes nos podemos refugiar. Com efeito, os sentimentos de rutura – que levam a
empolar mais o que divide do que aquilo que une – não são bons conselheiros nas
horas de crise, seja familiar ou na Igreja… Precisamos de cair do nosso
pedestal de certezas pessoais para criarmos sinergias de participação humilde e
sincera.
6) Trabalho – esse fator de
desenvolvimento e de sustento (alimentação, habitação, bens pessoais e
comunitários) torna-se um vetor de realização humana, por isso, o desemprego
desumaniza e magoa tantas famílias… Mais do que um emprego está em causa a
força humana de concriação com Deus e a edificação da cidade terrena.
Precisamos de trabalho justo, correto e remunerado e/ou voluntário, onde todos
crescem e se dignificam… Que Igreja teríamos se a família não funcionar
corretamente?
7) História – todos temos um
passado e um presente, onde Deus conta e está… Não será construindo uma
sociedade sem valores e quasi-amoral que teremos futuro… Este deve incluir Deus
e a família.
António
Sílvio Couto (asilviocouto@gmail.com)
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