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segunda-feira, 30 de março de 2015

Qualidades da família e na Igreja


Num tempo em que se veem as coisas mais pelos aspetos negativos do que pela dimensão positiva, tentaremos abordar a temática da família e ainda da Igreja em razão das qualidades ou mesmo virtudes de uma e de outra… mesmo que apresentando alguns aspetos, por contraste, das qualidades referidas.

Em enunciado as virtudes/qualidades da família/Igreja: comunhão, perdão, vida, confiança, partilha, trabalho e história...

1) Comunhão – aceitação entre os membros da família, marido e esposa, pais e filhos, união entre os vários componentes do tecido familiar… o mesmo se dirá dos elementos da Igreja, onde todos: leigos e clérigos, casados ou celibatários, mais novos, adultos, e anciãos… numa comunhão de fé e de vida.
Seria, no entanto, não ter a noção das realidades se não víssemos, na família e na Igreja, sinais de discórdia e de divisão… umas vezes mais acentuados e noutras circunstâncias mais emergentes e dilacerantes…
É urgente fazer o diagnóstico dos problemas, mas é muito mais importante cada um comprometer-se em viver a unidade e a comunhão, desde logo consigo e em si mesmo, manifestando-o aos outros e dando-lhes novas oportunidades…

2) Perdão – reconhecimento dos próprios erros e dos outros como suscetíveis de errarem… mais do que estar a acusar os demais, pois, muitas das ofensas são resultado da não-assunção das falhas próprias divergindo para ver nos outros os defeitos que nos invadem e ofuscam a correta visão deles… Isso precisa de acontecer na família e na Igreja, devendo ser uma e outra ‘escola de perdão’ em exercício de perdão dado e recebido.
Precisamos, urgentemente, de perder as nossas razões feridas e de curar os corações magoados!

3) Vida – cultivada com opções de abertura à vida nascente, numa sexualidade amadurecida e adulta… tanto na família como na Igreja… Não podemos valorizar mais a morte do que a vida e os seus sinais nem podemos continuar a viver num certo comodismo de opções egoístas e interesseiras… até religiosas.
A vida – em família e na Igreja – é para ser colocada ao serviço de uns aos outros por amor!

 4) Confiança – pela presença uns aos outros e através de gestos de carinho e de estima se cresce na confiança mútua, seja na família, seja na Igreja, pois temos de combater uma certa tendência em que cada um se fecha no seu mundo, olhando mais para si do que para o rosto dos outros…
Na medida em formos crescendo na confiança, pelo desenvolvimento dos nossos dons e qualidades, poderemos ir construindo uma família mais atenta e uma Igreja mais acolhedora… a começar pelos que nos são mais próximos!

5) Partilha – através do diálogo entre as várias gerações na família e na corresponsabilidade poderemos ir descobrindo novas atitudes para sairmos do isolamento psicológico em que tantas vezes nos podemos refugiar. Com efeito, os sentimentos de rutura – que levam a empolar mais o que divide do que aquilo que une – não são bons conselheiros nas horas de crise, seja familiar ou na Igreja… Precisamos de cair do nosso pedestal de certezas pessoais para criarmos sinergias de participação humilde e sincera.

6) Trabalho – esse fator de desenvolvimento e de sustento (alimentação, habitação, bens pessoais e comunitários) torna-se um vetor de realização humana, por isso, o desemprego desumaniza e magoa tantas famílias… Mais do que um emprego está em causa a força humana de concriação com Deus e a edificação da cidade terrena. Precisamos de trabalho justo, correto e remunerado e/ou voluntário, onde todos crescem e se dignificam… Que Igreja teríamos se a família não funcionar corretamente?

7) História – todos temos um passado e um presente, onde Deus conta e está… Não será construindo uma sociedade sem valores e quasi-amoral que teremos futuro… Este deve incluir Deus e a família.

 

António Sílvio Couto (asilviocouto@gmail.com)

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