Dá a impressão que não foram os dez cêntimos que tinham
de ser pagos – de forma indireta – ao Estado, que fizeram com que mudassem os
hábitos dos portugueses, mas antes uma crescente consciência mais ecológica e
mais sensata no abuso desses materiais… que deixam marcas no Planeta Terra.
= Perante este fenómeno mais recente de aculturação como
que sentimos que, por vezes, nos tratam como menos bem fornecidos de
inteligência, contando que será mais pela coação que nos educam, em vez de nos
saberem explicar as coisas, as matérias e os problemas. Com efeito, nesta
globalização de massas há uns tantos fornecedores de notícias que menosprezam a
capacidade dos outros, exaltando a sua miopia de pretensão e reduzindo a cinzas
quem não se deixa conduzir pelas suas teorias. Ora, se há qualidade que os
portugueses/as têm, é a de saberem ultrapassar as barreiras que tais mentores
da ignorância lhes colocam… Vimo-lo – entre outros exemplos – na aferição dos
números de telefone (de 01… para 21…), na mudança do código postal, na
implementação da moeda única europeia, no combate à ‘gripe das aves’, no
lançamento do cartão do cidadão (incluindo no mesmo vários documentos)… e em
tantos outros momentos de mudança coletiva, onde nem sempre fomos tratados com
educação e civismo, mas antes como menores e até incapazes.
= Há, no entanto, uma lacuna que não se disfarça só com
boas intenções e/ou razoáveis promoções: é a dos melhores intérpretes do bem
comum, isto é, dos líderes e dos responsáveis que pensam e fazem fazer,
congregando energias e vontades. Não abundam os/as que têm essas qualidades.
Por vezes, os que as possam manifestar com facilidade são combatidos por outros
que vivem dos expedientes e ocupam os lugares de poder sem mérito. Quantas
vezes são os aparelhos partidários que promovem os seus infantes e arietes.
Quantas vezes os melhores, são empurrados pelos incompetentes, só porque lhes
fazem sombra. Quantas vezes somos governados por ineptos e cinzentos.
Neste capítulo temos muito a aprender portuguesmente
pensando e falando, pois ainda nos deixamos seduzir por vendedores de sonhos e,
quando acordamos, o pesadelo é maior do que a vida real. Se quisermos usar uma
linguagem camiliana, temos de pensar mais com a cabeça e menos com o estômago,
doseando as coisas do coração. Estamos num tempo propício à emersão de bem-falantes,
mesmo que se perceba que não dizem a verdade (toda), pois interessa-lhes
atingir o poder… à custa de fait-divers de listas contribuintes, de fugas aos
impostos dos adversários… de milhentas tropelias para enganar o povo… votante.
= Tal como nos sacos plásticos temos de saber escolher:
entre comprar barato, pagar a taxa e deitar fora; ou comprar mais caro e poder
reutilizar… Precisamos de saber para onde vamos, não só agora, mas no futuro
próximo…
O povo é sereno e sábio. Assim o deixemos falar, sem
manipulações!
António Sílvio Couto
Vou levar saco de pano se os tiver em quantidade suficiente! Cumprimentos.
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