Numa época em que se vai rotulando os que vivem em cada tempo podemos e devemos descrever (numa espécie de definição) algumas das gerações de pessoas desde o final da década de sessenta do século passado e até à passagem do milénio, há mais de vinte e cinco anos.
Em resumo os epítetos e depois as caraterizações: geração X (de 1965 a 1980), geração Y (de 1981 a 1999), millenials (de 1980 a 2003) e geração Z (nascidos a partir de 2000).
Vejamos as vertentes gerais, tentando que cada um se possa encontrar nessas balizas etárias, analisando como se vê ou ainda como se revê:
* Geração X – A principal característica da geração X é a batalha pelos direitos iguais e pela liberdade, uma vez que muitos vivenciaram períodos de ditaduras ou de governos bastante rígidos em diversos países pelo mundo. Esta geração cresceu com a ideia de que todos devem ter os mesmos direitos e que nenhum poder se pode estabelecer acima da lei. Em relação à tecnologia, eles viram poucas mudanças drásticas em seu cotidiano. A televisão talvez tenha sido o maior impacto na vida dessas pessoas.
* Geração Y – A principal característica da geração Y é o conceito de mudança, principalmente em relação ao mercado de trabalho: aqueles que pertencem a esta geração estão sempre atrás de novos, seja pela questão monetária, seja simplesmente pela possibilidade de aprenderem algo novo. Outra característica marcante dessa geração é a facilidade para se adaptar a tantas mudanças, principalmente nas relacionadas com a tecnologia.
* Millenials – A geração de pessoas que nasceram entre os anos de 1980 e 2003. Os millennials adaptaram-se mais rapidamente às evoluções tecnológicas, como a chegada de smartphones e a presença constante de computadores conectados à internet durante a rotina, Eles são considerados disruptivos (causam rutura ou interrupção) e buscam constantemente por inovação. É, geralmente, considerado o primeiro grupo geracional a lidar com maiores recompensas por curto esforço, em relação aos seus pais que cresceram numa sociedade pautada pelo trabalho.
* Geração Z – Formada por todos que nasceram a partir de 2000, a geração Z já nasceu com uma boa parte das tecnologias que transformaram nossos hábitos, principalmente aquelas relacionadas com o nosso dia-a-dia on-line. São pessoas acostumadas com as redes sociais e que se adaptam facilmente com novas plataformas ou grandes mudanças. São pessoas que costumam ter uma ligação maior com causas políticas, sobretudo as relacionadas com o meio ambiente e a defesa dos seus direitos. Em relação ao mercado de trabalho, são pessoas que não tratam uma carreira profissional dentro de uma empresa como prioridade.
= Feita esta apresentação descritiva das várias ‘gerações’ inter-séculos, há problemas que se colocam mais a umas do que a outras, sobretudo se tivermos em conta o mundo do trabalho, as preocupações com as gerações vindouras e mesmo atendendo às questões – mais acentuadas no após-pandemia – com a saúde psicológica e mental. Têm surgido estudos sobre esta matéria e os dados são algo sombrios.
- Os profissionais da geração millenium (30 a 45 anos) são os que têm maior risco ao nível da saúde mental e os da geração babyboom (nascidos após a segunda guerra), próxima da reforma, têm mais fatores de proteção relacionados com ambiente de trabalho saudáveis.
- As gerações do meio já estão há algum tempo a trabalhar e com casa e filhos ‘ficam mais afetadas na sua saúde mental’. Segundo um estudo de uma entidade nacional, os millenials, ‘além de se preocuparem consigo, têm de se preocupar com os filhos, porque hoje em dia a vida não é fácil, por exemplo, é ver o preço das casas, e também têm de se preocupar em muitos casos já com os pais, que estão a ficar idosos. São os mais sobrecarregados’. E isto deixa marcas em todos.
As várias gerações não são camadas à maneira de cebola, mas etapas onde todos convivem e se ajudam!
António Sílvio Couto
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