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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Os 3 ‘tês’


Por estes dias, de visita a vários países de África, o Papa Francisco serviu-se da visão dos três ‘tês’ – terra, teto e trabalho’ – para denunciar, esclarecer e anunciar ao mundo que ainda se sofre, nalgumas partes da Terra, da insuficiência quanto ao acesso ao bens da terra, para conseguir um teto condigno e para usufruir de trabalho.

Enquanto isso cá pelas terras lusas vamos assistindo aos mais díspares extremismos – mesmo que usando a termo ‘radicalismo’ como arma de arremesso contra os adversários/inimigos – das diversas forças partidárias e ideológicas. Estamos a viver um certo neossebastianismo dalguma esquerda, que, tendo chegado ao poder, vai inverter tudo e o seu contrário, pois a fatura de regalias não contém limites nem encolhe nas benesses…pelo menos para já!

= Não está em causa a aritmética dos eleitos, mas antes a possibilidade de, num futuro num próximo (mais rápido do que muitos pensam), termos de começar nova etapa de rigor. Com efeito, o termo ‘austeridade’ soa a sacrifícios – esses que muitos abjuram para si para, mas que, em breve, serão impostos novamente a todos – e tais comportamentos vão sendo conotados com ‘direita, capitalismo, neoliberalismo económico, despedimentos, salários em atraso’, etc.

= Ora o que precisamos é mesmo de mais rigor nas contas públicas e privadas, contrastando com um certo despesismo só possível porque alguém soube fazer as contas e amealhou para o tempo das ‘vacas magras’… Como seria útil a tantos mentores da nossa política ir ao texto bíblico para entender a expressão para não falarem de cor e sem conceitos esclarecidos!

= De facto, vivemos num país onde as posições políticas enfermam duma razoável ignorância e onde certos clichés vão proliferando ao sabor das modas – de certa comunicação social…pública ou privada – e dos interesses de grupos mais ou menos subterrâneos. Com muita facilidade se faz reverter uma derrota em vitória de secretária e onde quem ganha tem de submeter-se à provação de ser governado por velhos fantasmas e ou por ‘intelectuais’ sem provas dadas no ofício para que são investidos.

= Pelo que temos visto e observado tememos que as feridas vão continuar a sangrar e que os extremismos se vão radicalizar…e até quem não tinha posição tão exacerbada para com os adversários poderá assumir algum papel de menos boa insensatez. 

= Vemos, assim, crescer uma maioria (ainda) silenciosa que observa estas jogadas e provocações. Vemos que anda um certo descontentamento no ar e nem as notícias de atentados noutras paragens fazem suprir alguma angústia para com o nosso futuro coletivo próximo…e a curto prazo.

= Vejamos, então, como os três ‘tês’ estão a ser vividos entre nós:

. Terra – esta foi abandonada e já não produzimos o que comemos…Deu-se uma fuga da terra e, quando certas alianças (EU ou outras) falharem, entraremos em colapso, pois não sabemos, minimamente, amanhar a terra;

. Teto – a habitação vai sendo assegurada, mas as famílias endividadas não conseguem aguentar as prestações… Conhecemos casos de vida bem duros e dramáticos!

. Trabalho – este bem escasso para realização pessoal e o sustento familiar tem de ser mais cuidado e favorecido…sem a corja de promotores (políticos sem qualificação) da subsidiodependência…Os que precisam nem sempre são bem tratados e ajudados.


Algo tem de mudar pela justiça social e humana!         
 

António Sílvio Couto


 

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