Por estes dias, de visita a vários países de África, o Papa Francisco serviu-se da visão dos três ‘tês’ – terra, teto e trabalho’ – para denunciar, esclarecer e anunciar ao mundo que ainda se sofre, nalgumas partes da Terra, da insuficiência quanto ao acesso ao bens da terra, para conseguir um teto condigno e para usufruir de trabalho.
Enquanto isso cá pelas
terras lusas vamos assistindo aos mais díspares extremismos – mesmo que usando
a termo ‘radicalismo’ como arma de arremesso contra os adversários/inimigos –
das diversas forças partidárias e ideológicas. Estamos a viver um certo
neossebastianismo dalguma esquerda, que, tendo chegado ao poder, vai inverter
tudo e o seu contrário, pois a fatura de regalias não contém limites nem
encolhe nas benesses…pelo menos para já!
= Não está em causa a
aritmética dos eleitos, mas antes a possibilidade de, num futuro num próximo
(mais rápido do que muitos pensam), termos de começar nova etapa de rigor. Com
efeito, o termo ‘austeridade’ soa a sacrifícios – esses que muitos abjuram para
si para, mas que, em breve, serão impostos novamente a todos – e tais
comportamentos vão sendo conotados com ‘direita, capitalismo, neoliberalismo
económico, despedimentos, salários em atraso’, etc.
= Ora o que precisamos é mesmo
de mais rigor nas contas públicas e privadas, contrastando com um certo
despesismo só possível porque alguém soube fazer as contas e amealhou para o
tempo das ‘vacas magras’… Como seria útil a tantos mentores da nossa política
ir ao texto bíblico para entender a expressão para não falarem de cor e sem
conceitos esclarecidos!
= De facto, vivemos num
país onde as posições políticas enfermam duma razoável ignorância e onde certos
clichés vão proliferando ao sabor das modas – de certa comunicação social…pública
ou privada – e dos interesses de grupos mais ou menos subterrâneos. Com muita
facilidade se faz reverter uma derrota em vitória de secretária e onde quem
ganha tem de submeter-se à provação de ser governado por velhos fantasmas e ou
por ‘intelectuais’ sem provas dadas no ofício para que são investidos.
= Pelo que temos visto e
observado tememos que as feridas vão continuar a sangrar e que os extremismos
se vão radicalizar…e até quem não tinha posição tão exacerbada para com os
adversários poderá assumir algum papel de menos boa insensatez.
= Vemos, assim, crescer
uma maioria (ainda) silenciosa que observa estas jogadas e provocações. Vemos
que anda um certo descontentamento no ar e nem as notícias de atentados noutras
paragens fazem suprir alguma angústia para com o nosso futuro coletivo próximo…e
a curto prazo.
= Vejamos, então, como os
três ‘tês’ estão a ser vividos entre nós:
. Terra – esta foi
abandonada e já não produzimos o que comemos…Deu-se uma fuga da terra e, quando
certas alianças (EU ou outras) falharem, entraremos em colapso, pois não
sabemos, minimamente, amanhar a terra;
. Teto – a habitação vai
sendo assegurada, mas as famílias endividadas não conseguem aguentar as
prestações… Conhecemos casos de vida bem duros e dramáticos!
. Trabalho – este bem
escasso para realização pessoal e o sustento familiar tem de ser mais cuidado e
favorecido…sem a corja de promotores (políticos sem qualificação) da
subsidiodependência…Os que precisam nem sempre são bem tratados e ajudados.
Algo tem de mudar pela
justiça social e humana!
António Sílvio Couto
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