Partilha de perspectivas... tanto quanto atualizadas.



sábado, 10 de março de 2018

Os famosos rejeitam Deus?


Há dias vi e anotei algo sobre o título em epígrafe: os famosos que negam a existência de Deus…Era uma razoável lista de três dezenas, na sua maioria americanos e anglo-saxónicos… Eis alguns e umas tantas: daniel radcliffe, julianne moore, joaquin phoenix, brad pitt, jodie foster, morgan freeman, woody alleen, angelina jolie, john lennon, uma thurman, ian mckellan, jack nicholson, sean penn… Cada um e cada qual apresentam as suas razões para se sentirem felizes sem Deus, para verberarem o (seu) ateísmo teórico/prático, para acharem que não têm razões em favor de Deus, considerando-O um ente morto… Uns tantos são (ditos) cómicos, outros carregam complexos a-religiosos ancestrais, numa mistura de espiritualidades à-medida e a gosto, nalguma autossuficiência, questionando até, com alguma arrogância, a inteligência de que n’Ele acredita…

= Ora, se alguém acha que outrem precisa de ser combatido, é porque esse tal não existe ou porque, na sua existência, incomoda? Se a tal espécie de cruzada anti-Deus é tão difundida será por dar ou não promoção a quem nela participa? Haverá interesse em dizer-se contra, só porque isso capta alguma atenção dalguns incautos? Para além do ‘sancho pança e de dom quixote’, quem ousa lutar contra figuras de vento – reais ou virtuais – se não lhes reconhece identidade, presença ou relação? 

Há questões que, por serem minimamente controversas, como que dão maior projeção aos intervenientes… mesmo que os argumentos aduzidos sejam mais ou menos falsos ou até ardilosamente mentirosos. Com efeito, das anotações apresentadas pelos citados famosos, perpassa um certo quê de orgulho e dalguma petulância de quem não é capaz de reconhecer, por momentos que seja, a sua fragilidade, pela possível razão de se encontrar no estrelato…sabe-se a que custo e usando que meios!

= Ora, será que a aura de sucesso desses tais famosos não consegue distinguir as suas qualidades, as possíveis carreiras ou mesmo os eflúvios momentâneos com o reconhecimento de Alguém que é superior e não é obstáculo, mas antes suporte da vida? Talvez seja mais conveniente não acreditar em Deus, mas antes andar de rédea-solta para esmagar os outros sem olhar a meios? Agora que veio à luz a promiscuidade do ‘me too’, ainda terão medo dum Deus que faz viver em respeito moral duns pelos outros/as ou escondem-se sob a penumbra do anonimato, iludindo-se sem Deus?  

É uma graça bem significativa ter o dom de acreditar em Deus, tenha-se ou não formação religiosa/cristã. Quanta gente gostaria de ter fé para resolver os seus problemas mais básicos, desde as questões existenciais mais simples até aos problemas mais complexos… Quanta gente gostaria de ter luz para entender os seus problemas, deixando Deus iluminá-los com verdade e simplicidade… Quanta gente gasta tanto do seu tempo em dar solução a questões e problemas que a ignorância humana continua a reproduzir, pela simples razão de querer ser dono daquilo que é, na maior parte das vezes, mero administrador…

= Conta-se dum grande cientista o episódio seguinte.

Viaja-se de comboio um já venerável senhor, de barbas brancas e ar recolhido, que ia passando por entre os dedos as contas do Rosário. À sua frente ia um jovem com ar rebelde, que, a dado momento, meteu conversa com o tal senhor. Eis que desancou no velho senhor por ele ainda acreditar nessas coisas de religião, quando devia era acreditar na ciência e na resposta que ela dá para a solução dos problemas do mundo e não nessas crendices de religião… e desfiou todas as suas razões de intelectual em fase de fabrico… Quase chegados ao termo da viagem, o jovem sábio solicitou ao tal senhor de barbas e cabelos brancos que lhe desse o seu endereço para que ele pudesse enviar as referências de alguns livros que o podiam ilustrar sobre a solução científica dos problemas do mundo… O senhor tirou, então, do bolso, um pequeno cartão onde estava escrito: ‘Louis Pasteur, academia francesa de ciências’… Claro que o jovem intelectual terá engolido muitas das suas teorias, quando quis dar lições ao velho, que reza o terço no comboio…  

Mutatis mutandis: assim os famosos do mundo do espetáculo poderiam ser convidados a terem um pouco mais de humildade, pois dos arrogantes não reza a história, antes os sepulta no esquecimento rápido e atroz!       

 

António Sílvio Couto  

Sem comentários:

Enviar um comentário