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sábado, 30 de setembro de 2017

Ter algo a comunicar!


Por estes dias (28 e 29 de setembro) realizaram-se, em Lisboa, no espaço da Rádio Renascença, as já habituais jornadas da comunicação. Este ano o tema andou à volta da ‘comunicação: criatividade e partilha’.

Vindos de várias partes do país umas dezenas de jornalistas – ligados à comunicação social da Igreja católica ou não – escutaram intervenções sobre o modo de informar no ambiente das redes sociais; conteúdos – linguagens multimédia; conteúdos – escrita criativa; partilha nas redes sociais – facebook, instagram, twiter e youtube…

Das diversas experiências dos comunicadores e dos participantes pode-se escutar a necessidade de saber comunicar a mensagem, adequando os meios aos ambientes e fazendo destes espaços de compreensão da linguagem criada pela internet, sobretudo nas redes sociais.

Por entre tantos e tão proveitosos meios para nos comunicarmos, hoje, será sempre preciso que a comunicação social saiba apreender os desafios que os novos meios trazem aos meios já presentes nesta área da comunicação. Se o aparecimento da rádio fez, dalgum modo, perigar a comunicação de imprensa, a televisão colocou novos desafios aos anteriores meios usados e agora a internet está a desafiar as outras formas de comunicação social, sabendo corrigir-se e renovar-se nas formas e nos conteúdos. 

= Desde há alguns anos que temos – nestas jornadas da comunicação social ao nível nacional – vindo a recorrer a esta temática da comunicação social, tendo em conta as tecnologias mais atualizadas, com a internet em grande destaque, umas vezes como objeto das questões, outras vezes como sujeito de referência e muitas vezes ainda como ferramenta de comunicação. Os artífices deste empreendimento têm sido os que no meio estão mais atentos, se apresentam mais audazes e se manifestam mesmo pioneiros sobre a matéria. Os apetrechos das jornadas vão andando entre os computadores, os tablets…os velhos cadernos e esferográficas… à mistura com o ‘último grito técnico’ usado ou a utilizar na comunicação social. De facto, este vetor mais atualizado de comunicação, que se revela a internet, polariza as energias de quantos a utilizam como ferramenta para o seu trabalho, o lazer e até para a ocupação de muito do tempo duma larga maioria da população.

O mundo está bastante diferente desde a erupção da internet. A convivência entre as pessoas modificou-se radicalmente com a introdução das (ditas) redes sociais, desde as mais vulgares (isto é, mais difundidas ou vulgarizadas) até às mais específicas. Dá a impressão que, cada segmento da população, procura ter na grande autoestrada da internet o seu atalho de recurso ou mesmo de presença. O não-uso da internet é, hoje, uma forma de exclusão – quase um neo-analfabetismo – porque se está fora dos espaços por onde a imensa maioria navega… 

= De entre tantos meios colocados à nossa disposição – seja qual for a rede social com os vários epítetos que se lhe possam referir – não podemos esquecer que é preciso ter algo a comunicar para que não vivamos nessa espécie de pântano cultural e de civilização, onde o que importa é estar, mesmo que disso tiremos – nós e os outros – pouco proveito. De entre tanta tagarelice em comunicação teremos de incluir uma preocupação: o que é que queremos dizer? Qual o objetivo para estamos nessa rede social?

A nós, que somos cristãos, deve-nos fazer refletir se estamos a introduzir a mensagem cristã na matéria da nossa comunicação. Não podemos correr o risco de estarmos sem que não tenhamos uma mensagem a veicular.

Dado o segmentarismo de tanta da comunicação na internet, teremos de atender aos meios usados, mas, sem nunca, desperdiçar os objetivos finais. O produto de comunicação dum cristão deverá ser sempre a mensagem da pessoa de Jesus Cristo. Ora, é neste ponto algo sensível – até no substrato das jornadas da comunicação social da Igreja católica – que temos de cuidar da criação multimédia, da arte da escrita, da partilha dos conteúdos, da formação dos comunicadores, da mensagem a levar aos destinatários…

Numa palavra: a internet poderá ser anódina na sua origem, mas não poderá deixar de ser cristã na sua finalidade… ou andaremos a espalhar notícias que não são sementes da Boa Notícia do Evangelho!       

 

António Sílvio Couto




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