Mui
estimado amigo e companheiro… de quem não digo o nome, embora seja real e
concreto!
Há dias
falavas em que já cruzaste os braços, em jeito de desistência. Tal como te
disse, também eu estou prestes a fazer o mesmo. Tu replicaste que não era de
meu timbre desistir, mas, como te referi, pouco falta para chegar à desilusão…
tais são as dificuldades interiores e exteriores.
Quem me
lê não suspeite qualquer crise… Com efeito, há mentes (laicais ou
eclesiásticas) nem sempre saudáveis que, bem depressa, procuram descortinar
problemas, quando alguém questiona! Colocar problemas como que faz parte da
nossa condição humana e cristã...com humildade e espírito de serviço!
Ambos já
passamos a barreira etária, psicológica e espiritual dos cinquenta anos. Embora
não seja idade por demais, no entanto, as coisas e as pessoas deixam em nós
marcas nem sempre boas e benéficas… sobretudo se não nos acomodarmos nem
quisermos fazer carreira… dentro ou fora do espaço eclesial!
- É
verdade que o Papa Francisco, num só ano, conseguiu reerguer duns tantos
escombros uma certa Igreja (quase) em vias de extinção… pelo desânimo e no conformismo.
Todos nós como que estamos a usufruir deste ambiente salutar para com a Igreja
– instituição e comunidade – católica. Porém, parece que nos falta pedalada
para acompanhar o ritmo do nosso Pontífice: vamos como que a reboque do que ele
diz, faz e propõe, seja nas palavras, seja nas iniciativas e até nos desafios.
No entanto, custa-nos acertar com o ritmo do nosso Papa. Será porque temos o
Espírito adormecido ou porque ele [Papa e Espírito Santo] nos empurra e não
temos chispa para incendiar o motor de arranque? Lemos e atendemos aos
documentos papais e dos nossos bispos? Tentamos interpretar o que nos dizem ou
limitamo-nos a reproduzir frases e chavões, que depressa cansam e estiolam?
- É
verdade, não é fácil questionar-se, pois o nosso ministério assenta, muitas
vezes, mais numa configuração de penumbra do que de aurora. Vivemos nalguns
casos mais ao sabor da manutenção do que da inovação, isto é, servimos mais o
já feito do que recriamos com amor o essencial… sem requentar ritos nem
rebuscar nas gavetas do passado aquilo que já resultou, mas que teria (terá) de
ser adaptado, aqui e agora, com inteligência e criatividade…
- Na
medida em que o tempo passa como que somos assaltados por pensamentos e
atitudes de desistência. Como recordo com emoção um padre (cónego) – com mais
de setenta anos, num diocese do norte do país e prestes a deitar a toalha ao
chão, isto é, a pedir a resignação – que partilhava como se deixou entusiasmar
– no mais correto sentido do termo: envolver por Deus – e se lançou em novos
projetos, envolvendo leigos e a cidade, criando sinergias e ideias, provocando
pacatezes e derrotados… por mais quinze anos, como se fosse um jovem padre. Afinal,
tinha encontrado – dizia ele – um modelo de Igreja que sempre ansiou, mas só
descobriu (ainda a tempo) ao final da sua vida terrena.
Agora,
como nesse passado, tenho para comigo que podemos ver padres em desistência ou
desanimados por desilusão e/ou por acomodação, mas também por faltar de quem os
compreenda e que com eles pretenda construir uma Igreja mais participada e
participativa, simples e comunitária, serena e comprometida… Creio que é essa
Igreja católica que tu queres ainda…e eu também!
Estimados
irmãos/ãs, leigos e religiosos, padres e casados, não julguem os padres que
podem estar em pré-desânimo, antes aproximem-se deles e não os deixem sós e
abandonados; tentem colocar-se à disposição e procurem fazer parte da solução e
não (só) do problema; cuidem e deixem-se cuidar pelos vossos pastores!
Caro
amigo, estou contigo. Conta comigo, que eu quero contar também contigo e com
tantos outros que servem Deus na nossa Igreja católica. Queira Deus consolidar
o bem que em nós iniciou!
António
Sílvio Couto
«mas também por faltar de quem os compreenda e que com eles pretenda construir uma Igreja mais participada e participativa, simples e comunitária, serena e comprometida»
ResponderEliminarSerá?
Catequistas, leitores, movimento de grupos, equipas, coro, acólitos, ministro da comunhão, células, projetos de voluntariado e caridade (Conferência S. Vicente e Famílias com Esperança), entre tantos outros...
Verónica enxugou o rosto de Cristo... na sua via sacra...
Porque Cristo parou, e olhou para ela...
Cristo ajuda, Cristo anima, Cristo apoia...
Pergunto: será que quer realmente ser ajudado?
Por vezes, a nossa mente atraiçoa-nos... projetamos nos outros a responsabilidade da nossa desistência... como se os outros fossem o motivo.
Normalmente, não quer dizer que seja o caso, o motivo é intrínseco à própria pessoa...
Por vezes, ou melhor, sempre... a melhor forma de reconhecermos que os outros existem e caminham connosco... é OLHAR e querer ver o que de BOM, OTIMO E EXCELENTE fazem.
Anónimo, de uma mente que tem a humildade de saber que não é 100% saudável, mas que prefere ser aurora!
Ter uma grande força de amor por si próprio para poder amar os outros como Jesus amou. Todas as duvidas de Jesus foram confiadas ao Deus Pai até lhe pediu de que lhe afastasse o cálice de vida na noite de agonia. Não podemos desanimar . Ter sempre força tal como o Papa Francisco que conhece todo o mal que ha neste mundo. Não desita sem ter outro motivo intrinseco a sua Fé. Como a santíssima Trindade : Amor - Cultura - Fé . Haja força e muita fé com alegria.
ResponderEliminarSe tivéssemos fé, veríamos Deus oculto no sacerdote, como a luz por trás da vidraça, como vinho misturado na água.”
ResponderEliminar“Oh! como o sacerdote é algo sublime! Se ele se apercebesse morreria… Deus lhe obedece: diz duas palavras e Nosso Senhor desce do céu.”
“Se não tivéssemos o sacramento da Ordem, não teríamos Nosso Senhor. Quem o colocou no tabernáculo? O padre. Quem foi que recebeu nossa alma à entrada da vida? O padre. Quem a alimenta para lhe dar força de fazer sua peregrinação? O padre.
“Só no céu compreenderemos a felicidade de poder celebrar a Missa.”
“O Sacerdote só será bem compreendido no céu… Se o compreendêssemos na terra, morreríamos, não de pavor, mas de amor.”
“Se não fosse o padre, a morte e a Paixão de Nosso Senhor de nada serviriam.”
“O Sacerdote é o amor do Coração de Jesus. Quando virdes o padre, pensai em Nosso Senhor Jesus Cristo.”
O Sacerdócio visto por São João Maria Vianney (Santo Cura d’Ars)
Fui eu que te escrevi na altura porque deixei de acreditar em Deus através dos sacerdotes. E consegui recuperar a graça de Deus no sacerdote , como? Ir mais vezes ao sacramento de penitência.
ResponderEliminarFunciona mesmo mesmo para com os surdo como eu.
Juro por Deus que nunca pensei acreditar na presença de Deus no sacramento de penitência.