A 8 de abril, celebra-se o ‘Dia internacional dos ciganos’ como oportunidade para a reflexão sobre a identidade, a cultura e os direitos das comunidades ciganas.
Segundo a mensagem, publicada pela obra nacional da pastoral dos ciganos «esta data é também uma ocasião para reconhecer e valorizar a história, a cultura e a identidade do povo cigano, parte integrante da riqueza e diversidade da nossa sociedade. Ao mesmo tempo, é essencial lembrar os desafios persistentes que muitas pessoas ciganas ainda enfrentam no acesso a direitos fundamentais como a educação, a saúde, a habitação e o emprego».
Eis as linhas principais que esta obra católica de trabalho com os ciganos, em Portugal, propõe:
* Promover a igualdade de oportunidades na educação é garantir que todas as crianças e jovens, independentemente da sua origem, possam sonhar, aprender e construir o seu futuro em condições de igualdade.
* Assegurar o acesso equitativo à saúde é um imperativo de justiça social, que exige o combate às barreiras, aos preconceitos e às discriminações.
* Garantir condições dignas de habitação é respeitar o direito de todas as famílias a viverem com segurança, conforto e estabilidade.
* Fomentar o acesso ao emprego é essencial para promover a inclusão, a autonomia e o desenvolvimento sustentável das comunidades ciganas.
= Embora haja uma dita ‘Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas’ dá a impressão – pelas palavras escritas pelo diretor da obra católica – parece que se verifica algum atraso na renovação e implementação dessa estratégia no terreno… «A Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas deve representar um esforço nacional concertado para garantir às pessoas ciganas o acesso equitativo aos direitos fundamentais. Contudo, a sua eficácia depende do envolvimento de todos: instituições, sociedade civil, comunidades locais e cada um de nós».
= Agora que estamos em tempo de ‘campanha eleitoral’ seria bom que os partidos e os políticos de todas as ideologias dissessem o que pensam sobre esta etnia, sem rodeios nem preconceitos, antes de mais, se for o caso, como cidadãos nacionais e europeus, com direitos e obrigações, sem guetos nem favelas, mas integrados na sociedade e nas populações com normalidade. Os itens supra citados – educação, saúde, habitação ou emprego – deveriam fazer parte de todas as propostas eleitorais, tornando, deste modo, os ciganos, pessoas que merecem o nosso respeito e que devem respeitar os seus concidadãos.
= Quais são ou podem ser os contributos da Igreja católica para a melhor inserção do povo cigano na sociedade? Que tem sido feito já para que isso aconteça na normalidade da cidadania e na eclesialidade? O pouco que pode ter sido feito tem sido valorizado pela sociedade política e as suas implicações básicas?
Citamos, novamente, um excerto da mensagem do responsável da ‘pastoral nacional dos ciganos’: «Em plena caminhada sinodal da Igreja [católica] e no contexto do Jubileu da Esperança, este dia convida-nos a olhar com mais atenção e responsabilidade para as comunidades ciganas, tantas vezes colocadas nas margens da sociedade. O Jubileu é tempo de renovação espiritual, de reconciliação e de compromisso com os mais esquecidos. É também um apelo à construção de pontes e à abertura do coração a todos, sem exceção. Que continuemos a caminhar juntos, com espírito de diálogo, abertura e confiança no futuro».
= Todos somos chamados a fazer a nossa parte. Assim o vivamos com responsabilidade e verdade!
António Sílvio Couto
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