Das 11.33 horas às 20.45 horas do dia 28 de abril estivemos sem energia elétrica em todo o país e extensível a Espanha ainda com parte de França. Foram longas e quase silenciosas nove horas, onde só os aparelhos de rádio-a-pilhas nos davam informações e até a maior parte das redes móveis de comunicação colapsaram.
O chefe do governo só falou ao país – já alumiado nalgumas localidades, sobretudo do norte – onze horas depois, decorridas sobre aquilo que ele classificou como ‘uma situação grave, inédita e inesperada’.
– Sendo uma situação inesperada como reagiram as pessoas? Boa parte de forma serena e civilizada foi esperando as informações – à exceção dos ávidos em tudo querer saber mesmo que forma distorcida – à mistura com atos de corrida aos locais de compra de comida – desta vez foi o açambarcar de água – numa correria o roçar a pilhagem desenfreadamente egoísta. Quando há tempos se falou do ‘kit europeu de sobrevivência’ alguns troçaram da sugestão, mas agora, por breves horas, se pôs a manifesto que precisamos de estar melhor preparados para enfrentarmos mais momentos de crise e de contingência… com a duração mais prolongada.
– Sendo uma situação inédita como se explica este acontecimento? Um tanto aos poucos vão surgindo explicações para o fenómeno, que tem tanto de raro quanto de pouco habitual no nosso contexto europeu. Aqui se viu a teia de influências e de negócios entre os vários países e que todos devíamos saber e ser-nos explicado de forma preventiva e esclarecedora. Uns mais técnicos já esperavam que isto acontecesse há vários anos, até pelas opções tomadas em tempos eivados de um ecologismo populista e que teria de ser pago, quando se devesse, como agora, um apagão. Este acontecimento pode ser ainda a fatura da globalização económica, que uns contestam, mas que usufruem como os outros…nas regalias e comodidades.
– O que houve de grave nesta situação? A gravidade estará mais nas causas do que nas consequências até agora vistas e sentidas, pois não podemos continuar a ser entregues nas costas a interesses cujas malfeitorias se pagam a longo prazo. A emersão dos papagaios do costume logo fizeram perceber que nem tudo era só avaria ou seja qual for a causa: submetidos aos conluios de certas forças podemos irem descobrindo que nem tudo é tão limpo como pretendiam vender da ‘energia limpa’ eu talvez tenha sido mais para limpar os cofre do Estado do que para deixar um ambiente mais saudável como seria aceitável.
= As parcas horas de apagão devem ser refletidas em matéria de eleições…no próximo dia 18 de maio. Quem gerou este problema saiu de cabeça à surfista – asseado e limpo – do outro lado da onda, mas foi o causador – por atos ou por omissões – de que tivéssemos chegado a experimentar esta prova, comparável àquilo que deixámos nos países africanos que estiveram sob a nossa tutela até há cinquenta anos: lá os apagões são constantes, por aqui têm sido ocasionais…
De pouco ou nada adianta fazer barulho para disfarçar com a ausência de energia elétrica, quem nos colocou neste estado decidiu há quinze anos – lembrem-se quem era! – sobre quais as razões que nos fizeram chegar agora a esta situação.
= O apagão – felizmente – não cobriu a noite e pudemos ser informados, ouvir os comentários e quase delirar com as declarações de alguns dos intervenientes, onde para além da fraca seriedade sobre o problema destilaram o que lhes vai na alma: azedume, oportunismo e, porque não, aproveitamento das fragilidades de toda a Nação, desde que isso lhe permita tentar conquistar votos… Brevemente saberemos a verdade do apagão e de quem foi apagado com ele! Assim se faça luz.
António Sílvio Couto
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