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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Sinais para avaliar quem diz que serve


Há dias recebi esta estória. Por muito rude que pareça, talvez possa falar o bastante daquilo que temos estado a viver e, sobretudo, poderá ser uma prevenção para com tantos que nos tentam cativar…até para as próximas eleições. 

Numa da suas reuniões, Hitler pediu que lhe trouxessem uma galinha. Agarrou-a fortemente com uma das mãos enquanto a depenava com a outra. A galinha, desesperada pela dor, quis fugir mas não pode.
Assim, Hitler tirou todas suas penas, dizendo aos seus colaboradores: “Agora, observem o que vai acontecer”.
Hitler soltou a galinha e pô-la no chão e afastando-se um pouco dela. Pegou num punhado de grãos de trigo, começou a caminhar pela sala e a atirar os grãos de trigo ao chão, enquanto os seus colaboradores viam, assombrados, como a galinha, assustada, dorida e a sangrar, corria atrás de Hitler e tentava agarrar algumas migalhas.
A galinha o seguia fielmente por todos os lados.
Então, Hitler olhou para seus ajudantes, que estavam totalmente surpreendidos, e disse-lhes: “Assim, facilmente, se governa os estúpidos. Viram como a galinha me seguiu, apesar da dor que lhe causei?
Tirei-lhe tudo..., as penas e até a dignidade, mas, ainda assim ela segue-me em busca de farelos”.
Assim é a maioria das pessoas, segue os seus governantes e políticos, apesar da dor que estes lhes causam e, mesmo que lhes tirem a saúde, a educação e a dignidade, pelo simples gesto de receber um benefício barato ou algo para se alimentar por um ou dois dias, o povo segue aquele que lhe dá umas simples migalhas. 

Poderemos mudar o sujeito da estória…para um qualquer outro no tempo, no espaço e na história, mas muito do que nela se revela conjetura-se para além de mera ’fake news’…daquela como desta época.

- Não é verdade que o povo segue e vota em quem lhe dá, ao menos, uns trocos, mesmo que embrulhados em enganos e meras suposições?

- Não é verdade que temos estado a ser aliciados com vitórias e ganhos económicos, mas à força de sermos espremidos até ao tutano – em impostos indiretos – pela simples razão de podermos gastar agora o que amanhã nos vai fazer falta?

- Não é verdade que vai percorrendo o país uma onda de otimismo enganador, mesmo que à custa de mentiras e de bastantes inverdades, desde que bem doseadas com festas e celebrações de fachada?

- Não será verdade que a plêiade de habilidosos se esgota quando se descobre que as artimanhas têm perna curta e que os ganhos depressa se tornarão pesadelos para muitos menos do que seria aceitável?

- Não será questionável que continuem a surgir nas listas para votação – seja qual for o partido – figuras que não passam de elementos decorativos e de cedilhas ou de vírgulas colocadas a esmo num texto que não está escrito com a grafia mais adequada?

- Não será, no mínimo vergonhoso, que surjam quotas para mulheres sem competência ou figurões sem qualquer relevância, desde o passado, no presente e para o futuro? 

Dá a impressão que não temos aprendido nada com as lições do passado – mais recente ou mais longínquo – na medida em que dizemos confiar nos mesmos que levaram o país à bancarrota e à ruína, que não somos desconfiados o suficiente para colocarmos fortes reservas a quem promete tudo a todos e não faz nada a ninguém, à exceção dos que são da sua cor, da sua ideologia ou mesmo do seu grupo subterrâneo.

Pior do que tudo isso é a insuficiência de liderança com que temos estado a conviver: os melhores não se deixam submeter à arruaça de uns tantos que só conhecem a adulação, a conveniência ou os estratagemas para irem deambulando por entre a mediocridade, pois dela são corifeus e servidores. Começa a ser, para além de vergonhoso, preocupante que se vão perpetuando no poder – central, autárquico ou em setores intermédios – os que menos valem, deixando um rasto de incompetência, de banalidade e, em muitos casos, de boçalidade. Cada terá o preço com que se deixar comprar…agora ou no futuro!

 

António Sílvio Couto

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