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sábado, 24 de agosto de 2019

Ditadura das minorias


Mais uma vez um grupo minoritário foi alçado à categoria de grande interveniente na sociedade… portuguesa.

‘Temos a estimativa de cem a duzentas as crianças e adolescentes transgénero num universo de um milhão e duzentos mil estudantes no ensino secundário’. Foi desta forma simplista que um elemento do governo, ligado à educação, explicou uma alteração prevista entrar em funcionamento dentro de dias nas centenas de escolas do país.

A questão liga-se à diferenciação entre a identidade de género e o sexo atribuído.

Algo do foro pessoal, íntimo e reservado passou a ser bandeira de certos grupos minoritários, que, afinal, querem impor a sua diferenciação à maioria e com isso poderem vir a ser maioritários nalguma qualidade, embora não o sejam ainda na residual quantidade… 

= Efetivamente tem vindo a crescer a imposição de setores minoritários àquilo que se convencionou chamar maioria, muitas das vezes mais silenciosa e negligente do que representativa seja de que posição possa ser.

Se nos ativermos às manifestações verificadas no século vinte e um poderemos encontrar a área da pessoa e da sua moralidade/ética como um dos âmbitos mais infiltrados de questionamentos sobre a sexualidade – nalguns casos quase se reduzindo tudo à mera genitalidade – e onde os direitos individuais tentam impor-se aos comunitários, isto é, uma pessoa considera-se no direito de que lhe sejam respeitadas as suas especificidades, mesmo que isso implique colidir com a organização social, educativa, laboral ou mesmo associativa…do resto.

Isto é ainda mais sintomático quando vemos forças partidárias/ideológicas de índole coletiva – marxistas, leninistas, trotskistas ou anarquistas – a serem os promotores, difusores e cultivadores dessa incongruência mental… De facto, tornam-se os militantes de causas fraturantes, mas que não passam de colagens de grupos de interesses mais ou menos subterrâneos, trazidos à luz da política por manifesto combate à cultura judaico-cristã nos campos da família e da ética pessoal e/ou social. 

= De algum modo certos nichos ou bolhas de cumplicidades têm-se organizado em partidos – alguns como conglomerações mal-amanhadas – que cativam a atenção de franjas mais ou menos pretensamente instruídas, embora lendo por cartilhas de séculos anteriores e com projetos próprios de épocas de laxismo moral e de alguma devassidão de valores, de critérios e de comportamentos. Em bloco ou em coligação, sob a capa de intuitos difusos ou de forma mais combativa e acintosa, com razoável cobertura dos mass media, muitos deles suportados exatamente por lóbis de tais interesses.

Não deixa de ser impressionante a rápida difusão de questões anteriormente resguardadas no seio familiar, que agora se tornaram fatores de discussão, motivos de petições (a nova versão da vergonhosa recolha de assinaturas de antanho), ajuntamentos ruidosos e vistosos, onde os problemas se banalizam e o folclore dos assuntos toma a forma de quase anedótico, embora não se devesse expor quem sofre e que precisa de compreensão e não de aviltamento dos seus casos…

No palco do faz-de-conta surgem as mais díspares posições, muitas delas reclamando respeito, mas desrespeitosas para com quem pensa, vive e se comporta de modo diverso dos modelos a serem seguidos…por eles/elas. Eis pequenos tiques de ditadura de ‘ou pensam como eu ou são retrógrados, homofóbicos, xenófobos e racistas’… Deste modo estaremos a criar condições para que os pequenos ditadores se imponham não pela convicção, mas pela coação.

É tempo de dizer basta a tais ‘intelectuais’ do submundo da ignorância, pois foi deste modo subtil que outros fizeram do seu combate as armas de conquista à força e sem razão.

Saídos dos armários da intransigência, eis que temos de aprender a não dar a importância que tais ditadores de minorias se nos querem impor…até à exaustão como noutras circunstâncias de menos boa memória.

Acordemos da letargia onde nos têm embalado e tantas vezes enganado…Uma mentira dita com convicção nunca se poderá tornar verdade, nem que seja recorrida à custa da manipulação!

 

António Sílvio Couto

 

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