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sábado, 5 de janeiro de 2019

Indícios de censura…


44 anos depois a censura está mais viva em Portugal do que nunca. Quem não é da cor dominante – esquerdista, laica e amoral – logo é rotulado de populista, apelidado de não-democrata, defensor de ideias perigosas e fautor de convulsão social…

É deste modo ‘democrata’ que uns tantos iluminados, mas bem protegidos pelas sequelas dialeto-marxistas, olham os outros e quem deles discorda e/ou não se cala nem deixa intimidar.

Órgãos que deviam ser independentes de trejeitos preconceituosos – sindicato dos (ditos) jornalistas, entidade de regulação comunicativa e mesmo certos fazedores de opinião com conotação arrevesada – não conseguem esconder ou dissimular quem, de verdade, os comanda: uma ‘escola’ transnacional que vai manobrando até que possa reinar, manipulando as massas e vivendo à custa da ignorância amorfa das maiorias…consumistas.

Se amordaçarem quem pensa de forma diferente da deles terão explosões (reais, virtuais ou psicológicas) bem mais mortíferas do que as meras palavras de circunstância… sejam lá os programas ou intervenções que forem. Se não deixarem manifestar-se quem pensa (a inteligência não é exclusivo daqueles que pensam só como nós) de forma diferente da deles, em breve serão sacudidos por fenómenos que não dominam. Se não atenderem ao que dizem esses tais que destoam da normalidade (dita) democrática, nunca saberão onde estão os tais ‘inimigos’, pois ao tentarem varrê-los para debaixo do tapete, não os liquidarão pela convicção…antes dar-lhes-ão (mais tarde ou mais depressa) uma espécie de estatuto de heróis perseguidos! 

= Portugal ainda não aprendeu a digerir que a diferença é o constitutivo essencial da democracia. A caminho de cinco décadas da apelidada ‘revolução de abril’ pululam por aí muitos pequenos ditadores – senão reinantes ao menos presumidos – ao seu nível e saltitando em maré de crise. Muitos deles advogam modos de estar e de comportamento que, se vistos pela perspetiva contrária, seriam considerados ofensivos da dignidade dos outros e do respeito mínimo e necessário. 

= Salvo a devida distância – tantos dos termos quanto das atitudes – não podemos continuar a viver sob o signo de certas ‘vacas sagradas’ da nossa democracia. Não há ninguém impoluto nem inatacável. Mais ou menos todos, duma forma ou de outra, têm aspetos reprováveis na execução da vida política e partidária. Só os ditadores se consideram incólumes, pois cada um se vê e vive numa certa circunstância e, por vezes, à luz duma determinada época.

Felizmente, na vivência do cristianismo, há algo que nunca nos envergonha nem deixa de não nos tornar iguais: somos suscetíveis de falhar, de errar, de arrepender-nos e de pedirmos perdão. Esta faculdade humana é um dom do cristianismo, que muitos outros não têm, não aceitam nem usam. A graça de não ser ‘senhor da verdade’ faz-nos (ou devia fazer-nos) muito mais humildes do que presunçosos, criando laços de comunhão e de fraternidade, onde cada um não julga o outro, mas fá-lo grande sem medo de ser ultrapassado pelas suas convicções e conveniências. 

= Temos de limpar estes ignóbeis censores – mais com lápis vermelho do que com adereço azul – da nossa vida coletiva. Abjuramos os donos das consciências e os gurus incontestáveis. Não é mais tempo de tanta tutela para com quem é cidadão como eles. Felizmente na votação não há sócios com votos mais categorizados: o voto, expresso por um analfabeto e o de um catedrático, só vale um. Por isso, quem se julgar senhor ou suserano da democracia está uns séculos atrasado e quase fora de prazo de validade.

Senhores do sindicato dos jornalistas, membros da ERC ou comentadores televisivos (à mistura com membros do governo) quem não seja socialista, trotskista-marxista e afins… ainda não foi expulso de Portugal. Todos temos direito de exprimir a nossa opinião, assumindo as consequências antes, durante e depois! Quando o quiserem fazer – cortarem-nos os direitos básicos – avisem-nos para emigrarmos a ‘bem da nação’! Os velhos dos restelo não morreram todos… nem os adamastores foram exorcizados totalmente!      

 

António Sílvio Couto

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