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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Como Maria, testemunhas de fé... na vida


A Igreja católica celebra, no próximo dia 15 – ainda com feriado civil, em Portugal – a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. A declaração dogmática da Assunção de Nossa Senhora foi feita pelo Papa Pio XII, na constituição apostólica ‘Munificentissimus Deus’, de 1 de Novembro de 1950, declarando que, ao terminar a sua missão na terra, Maria, a Imaculada Mãe de Deus, ‘foi elevada em corpo e alma à glória do Céu’, sendo assim a primeira criatura a humana a alcançar a plenitude da salvação. O Senhor confirmou que A devemos ver sempre como Mãe: Ela é intercessora e modelo da nossa caminhada neste mundo!
1.Neste ‘Ano da fé’ que nos traz de novidade (mais) esta celebração? Como podemos e devemos viver a força da Assunção de Nossa Senhora como testemunhas de fé? Até que ponto vivemos esta solenidade com dinâmica de fé ou como um certo ritual religioso e popular? Que temos nós a converter nesta celebração para além da redução de custos nas festas e festejos? Que sinais de fé se manifestam na vida do que participam nas festas, tanto como promotores como os que delas usufruem?
2. Citamos o Papa Francisco na carta encíclica ‘Lumen fidei’ n.º 58-59: «De facto, na Mãe de Jesus, a fé mostrou-se cheia de fruto e, quando a nossa vida espiritual dá fruto, enchemo-nos de alegria, que é o sinal mais claro da grandeza da fé. Na sua vida, Maria realizou a peregrinação da fé  seguindo o seu filho (...) Pelo seu vínculo com Jesus, Maria está intimamente associada àquilo que acreditamos. (...) A verdadeira maternidade de Maria garantiu, ao Filho de Deus, uma verdadeira história humana, uma verdadeira carne na qual morrerá na cruz e ressuscitará dos mortos. Maria acompanhá-lo-á até à cruz (cf. Jo 19,25), donde a sua maternidade se estenderá a todo o discípulo de seu Filho (cf. Jo 19,26-27). Estará presente também no Cenáculo, depois da ressurreição e ascensão de Jesus, para implorar com os Apóstolos o dom do Espírito (cf. At 1,14). O movimento de amor entre o Pai e o Filho na Espírito percorreu a nossa história; Cristo atrai-nos a si para nos poder salvar (cf. Jo 12,32). No centro da fé, encontra-se a confissão de Jesus, Filho de Deus, nascido de uma mulher, que nos introduz, pelo dom do Espírito Santo, na filiação adotiva (cf. Gl 4,4-6)».
3. Ao celebrarmos a Assunção de Nossa Senhora em ‘Ano da fé’ como que somos chamados a fazer com Ela o nosso percurso de fé desde a graça baptismal até à vivência na glória, onde Ela já se encontra como primícias da nova humanidade. Ora, no intervalo desta nossa caminhada de fé, em Igreja católica, nós temos à nossa disposição vários sinais para que caminhemos em função da meta: os sacramentos, a Palavra de Deus, os irmãos/irmãs, as provas e tribulações (interiores exteriores)... o bom testemunho, mas também o escândalo, quem nos compreende e quem nos pode perseguir, a consciência de sermos minoria e a alienação de pensarmos ainda ser cristandade, etc. Em tudo isto podemos ver a presença de Nossa Senhora como o protótipo da nossa fé, na medida em que, por Ela, com Ela e n’Ela, sentimos a sua intercessão. É sob o título de Mãe que os cristãos olham para Nossa Senhora e a Ela recorrem para sentir a sua protecção materna.
4. Desde a perspectiva da Assunção de Nossa Senhora somos desafiados:

. Neste tempo que nos é dado viver, temos de ser homens e mulheres de fé sólida, amadurecida e humilde;

. Precisamos de concretizar os desígnios do amor de Deus nas coisas simples do nosso dia a dia;

. Temos de viver sem nos lamentarmos quanto ao passado nem vivermos em ansiedade quanto ao futuro;

. É urgente conseguir que a maternidade seja socialmente muito mais reconhecida, pois é uma questão de memória e de justiça para todos aqueles que se aproximam de Nossa Senhora para rezar bem como para aqueles que recorrem ao amparo sob seu manto celeste.

5. Nossa Senhora da Assunção nos atraia cada vez mais para sermos sinais escatológicos de uma fé centrada no ‘verdadeiro Jesus’, numa crescente e exigente fidelidade ao Espírito Santo pela na intimidade com Deus nosso Pai e vivendo-a no contexto comunitário de Igreja católica.

 
António Sílvio Couto (asilviocouto@gmail.com

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