Neste domingo (28 de julho), no texto do evangelho,
foi-nos ensinado por Jesus o ‘Pai-nosso’. Se bem que tenhamos seguido a
versão/narrativa de São Lucas, deixamos uma sugestão para vivermos a nossa
semana ao ritmo dest oração-resumo do Evangelho do Senhor Jesus connosco.
Se olharmos o Pai-nosso como uma oração septenária
cristã poderemos fazer corresponder a cada uma das petições um dia da semana,
segundo a denominação portuguesa, aferindo a nossa caminhada ao ritmo,
particularmente, do tríduo pascal.
* Domingo – ‘Pai-nosso, que estais
nos Céus, santificado seja o Vosso nome’
No dia do Senhor celebramos a bondade do Pai
(criação), a ressurreição de Jesus (Páscoa) e a manifestação do Espírito Santo
(Pentecostes) numa sintonia de Igreja.
A eucaristia dominical é o momento por excelência
desta vivência trinitária e comunitária, pois é em Igreja que sabemos dizer a
Deus que Ele é nosso Pai, que está nos Céus e santificamos o seu nome nesta
condição terrena...
* 2.ª feira – ‘Venha a nós o Vosso
Reino’
Na segunda féria após a celebração da fé, nós
celebramos a vinda do Reino de Deus em Jesus como Igreja que O celebra
comunitariamente e cada um de nós pessoalmente.
A petição da vinda do Reino faz-se no tempo de
trabalho com que glorificamos a Deus e o dom da vida para a Sua glória e não só
para nosso proveito.
* 3.ª feira – ‘seja feita a Vossa
vontade assim na terra como no céu’
Na terceira féria após a celebração da ressurreição do
Senhor, nós nos dispomos a viver sempre mais em conformidade com a vontade de
Deus enquanto estamos nesta condição terrena.
O discernimento da vontade de Deus passa pela
sensibilidade a Ele e à Sua presença nos outros e na natureza que nos envolve.
* 4.ª feira – ‘O pão nosso de cada
dia nos dai hoje’
Na quarta féria após a vivência da ressurreição do
Senhor em comunidade, suplicamos -- por nós e para os outros -- o pão de cada
dia, que é tanto de âmbito material, quanto da dimensão psicológica e espiritual.
O pão partilhado faz-se mesa de comunhão e sinal de
participação nas necessidades dos outros... sobretudo dos que são excluídos.
De mãos abertas podemos dá-lo a quem no-lo pede e
recebê-lo de quem no-lo oferece.
* 5.ª feira – ‘perdoai-nos as nossas
ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido’
No contexto e em ressonância da quinta-feira da Semana
Santa em que Jesus instituiu a eucaristia e Se fez sacramento de perdão pelo
sinal do ‘lava-pés’, podemos penetrar melhor no sentido das consequências do
perdão divino e humano, recebido e dado.
Na gratidão de termos connosco o Senhor Jesus que se
faz bom pastor e guia do seu povo amado, podemos estender o nosso olhar para
aqueles/as que precisam que lhes ofereçamos o perdão traduzido em sinais de paz
e de compaixão.
* 6.ª feira – ‘não nos deixeis cair
em tentação’
À Luz da entrega de Jesus na Cruz -- dessa intensa
Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor -- nós nos deixamos revestir da
misericórdia de Jesus para connosco e em Igreja... em peregrinação neste mundo.
Pelo silêncio de vitória de Jesus sobre o sofrimento,
nós vivemos a intensidade de estarmos em condi-ção de tentados, embora possamos
vislumbrar na prova a que é submetida a nossa fé, a força de esperança que na
Cruz está anunciada e aparecerá na manhã da Páscoa do Senhor e da Sua Igreja
celeste.
* Sábado – ‘mas livrai-nos do mal’
Da passagem de Jesus pelo túmulo ficou-nos o silêncio
de Deus, mas que irrompeu das garras da morte sobre todas as forças do Mal.
Assim nós podemos com Jesus e com a Igreja vencer o
mal e seremos vencedores das insídias do mal em nós e à nossa volta.
Já se anunciam os alvores da nova Páscoa, que em cada
domingo renasce e nos renova, na força de sermos Igreja Povo de Deus, Corpo de
Cristo e Templo do Espírito Santo.
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Boa caminhada,
António Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)
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