Partilha de perspectivas... tanto quanto atualizadas.



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

De mãos abertas ou de punho fechado?

Certamente todos sabemos (ou devíamos saber) que a linguagem das mãos fala de nós mesmos (até) muito mais do que nós desejaríamos. Assim estar de mãos abertas significa estar numa atitude de dar/receber, enquanto a mão fechada – tendo mesmo em conta a simbologia de ser a esquerda ou a direita – envolve tudo e pouco mais do que querer dar. Com efeito, com o punho fechado, isto é, a mão cerrada em atitude de agressividade, intimida e provoca, ameaça e agride, afasta e (pode) aniquilar.

Pelo muito que nos merece de respeito quem tenta estar ao serviço dos outros – sejam os políticos de profissão, sejam os diversos profissionais altruístas, sejam mesmo as diversas vocações de ajuda ao próximo – cremos e acreditamos que não podemos incluir na mesma desconfiança quem procurar estar e fazer do seu modo de viver a dimensão de presença aos outros.

= Neste contexto de ‘crise’ é recorrente vermos certos paladinos da desgraça a invectivarem quem tenta conduzir a sua vida pelo serviço: há figuras e figurões que se tentam esconder para dizer mal, mas nem com o dedo nínimo fazem seja o que for pela modificação das coisas em si nem à sua volta.  Quem já viu algum partido ou associação da (dita) esquerda criar condições de minoramento dos mais pobres, não na teoria, mas na prática? Eles denunciam em alta-voz, mas pouco ou nada fazem... nem no mais recatado silêncio. A verborreia devia pagar imposto... agravado! Eles usufruem da contestação audível e barulhenta, mas pouco ou mesmo nada fazem pelo mínimo melhoramento das condições mais comprometidas e de mãos sujas no trabalho!

= Bastaria que, num só dia, não fossem fornecidos os serviços das instituições (com crianças, escolas ou mais velhos) da Igreja católica, em todo o país, e seria criada uma multidão de não atendidos – talvez explorados por certas forças (ditas) de esquerda, que nada fazem por eles, antes os exploram... antes, durante e depois das votações – e quase tudo ficaria paralisado! De fato, há muita gente ingrata e psicologicamente desconforme entre quem a ajuda e quem a explora; quem, de verdade, faz algo por ela e quem a manipula; quem faz o bem e quem pela maldade se insinua... e a insulta, intelectualmente.

= Pelos tempos que vivemos e, tendo em conta as condições que viveremos em breve, é preciso clamar bem alto que o povo não pode ser o bombo da festa de uns tantos arrogantes ‘intelectuais’ que nunca vemos a fazerem compras com o vulgo e nem temos visto ainda os defensores do pretenso ‘serviço nacional de saúde’ a estarem nas salas de espera dos hospitais e dos centros de saúde!

= Pressente-se que o país está prestes a ser incendiado socialmente, assim se pode inferir das declarações de vários políticos e mentores sociais. O clima de crispação social está patente nas palavras de vários intervenientes na vida pública, tendo a comunicação social um farto papel no ambiente que vivemos em Portugal. Em breve veremos montras a serem estilhaçadas, roubos organizados em locais de compras, distúrbios em grandes ou pequenas cidades. O rastilho está quase a ser incendiado. Esperamos que os mentores e autores do que aí vem sejam responsabilizados... mesmo criminalmente.

Talvez até haja entre os protestantes (não tem nada a ver com a vertente religiosa) quem nem tenha votado, mas agora se acha no direito de ajuntar-se à contestação!... Para quando a mudança da lei, fazendo do voto algo obrigatório para, assim, ser legítimo e legitimado quem é eleito? 

Procuraremos estar de mãos abertas e nunca de punho fechado, pois naquelas podemos dar e receber e com este ficaremos mais revoltados, azedos e rezingões!

 

António Sílvio Couto

(asilviocouto@gmail.com)

 

Sem comentários:

Enviar um comentário