Que país será esse, cuja riqueza esteja alicerçada no setor do turismo? Que riqueza será essa, se alimentada por um vetor tão volátil como esse do turismo? Que futuro terá tal país como nação ou como sociedade, se viver das oscilações do turismo?
Esse
país, essa nação, tal sociedade é Portugal e está novamente a flutuar ao sabor
das conjunturas e das possíveis conjeturas dos nossos dias e do futuro incerto…
fascinante e fascinado do turismo.
O tema
geral do ‘dia mundial do turismo’ deste ano foi: «repensar o turismo»,
sobretudo se tivermos em conta os tempos mais recentes de pandemia. Segundo
elementos recolhidos na internet, o objetivo daquelas celebrações foi o de fornecer uma plataforma de
diálogo para identificar soluções para desenvolver o potencial do turismo como
veículo para a recuperação e transformação, passar a mensagem de que o turismo
é uma força inspiradora e transformadora, tendo ainda em conta o papel da
Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas e da indústria na
concretização do seu potencial, mobilizando as vontades políticas e cooperação
para garantir que o turismo é uma parte central na criação de políticas, e
ainda ao colocar questões e de identificar soluções para realinhar o turismo
para o futuro.
Tendo em
conta as intervenções sobre o ‘dia mundial do turismo’, em Portugal, os
responsáveis nacionais da pastoral do turismo fizeram publicar uma nota sobre o
assunto, onde são desafiados todos os que trabalham como agentes de turismo,
bem como os turistas, a serem ‘embaixadores da paz’. Nessa mensagem se refere
que o turismo ‘é uma atividade
altamente inclusiva, já que, criando muito emprego para pessoas com diferentes
níveis de qualificação, permite que todos possam ser integrados no mercado de
trabalho, desde os que não tiveram a possibilidade de ter estudado muito (mas
que, através de treino se tornaram profissionais reconhecidos pela sua
capacidade de bem receber), passando pelos académicos e investigadores de
diferentes ciências sociais, ou engenharias tecnológicas mais especializadas
(hoje, essenciais, por exemplo, na distribuição e comercialização on-line dos
produtos turísticos e que têm, neste sector, uma possibilidade de
desenvolvimento e afirmação)’.
Depois
da experiência após-2019, que foi a pandemia, não teremos de saber vender mais
do que ‘sol e simpatia’? Com tanta ocorrência de procura, estaremos capazes de
correspondermos às expetativas, sem distorcermos a nossa identidade? Não haverá
uma onda de hedonismo que se sobrepuja à dimensão de espiritualidade das
pessoas que recebem e que viajam?
Por
favor: não matem a galinha-dos-ovos-de-ouro com a pressa de querer estar na
crista da onda… Bastará mais um sopro de qualquer vírus e tudo cairá!
António Sílvio Couto
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