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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Iniciativa privada gera riqueza


‘É a iniciativa privada quem cria riqueza em Portugal. São os empresários privados os fatores de crescimento e de justiça social. São eles o fator decisivo do progresso do país, é assim e será sempre assim’.

Esta afirmação foi proferida pelo Presidente da República por ocasião da condecoração de uma associação empresarial a celebrar cento e setenta anos de trabalho e dedicação.

Vivendo numa Europa onde se tentam impor os interesses das várias nações, este rasgo do PR pode deixar amargos de consciência a tantos dos intervenientes na distribuição dos dividendos, que nem sempre são ou foram resultado do reconhecimento da iniciativa privada.  

= Bastará olhar para o ar sobranceiro e minimamente totalitário com que certas forças da governança – prestes a expirar, assim o queremos e desejamos – falam e atuam, amesquinhando tudo o que possa ser resultado da iniciativa privada. Campos como a saúde, a educação ou mesmo a cultura estão reféns das tomadas de posição anti-privados. A imposição dos tentáculos estatais percorrem muitos dos âmbitos de intervenção nas políticas atuais, pois a sanha persecutória dos trotskistas tem vindo a fazer as suas vítimas, já na linha do anti-particular da época do período revolucionário de 75.

- Para quando se fará a criminalização das forças que destruíram os milhares de postos de trabalho em terras conquistadas pelos símbolos marxistas e seus correligionários?

- Para quando se dará voz aos explorados pelas forças (ditas) defensoras das ‘classes operárias’, mas que as fizeram desaparecer sem rasto nem feitio?

- Para quando a libertação da ditadura das autarquias subjugadas pelas conveniências dos eleitos, mas sem capacidade de sobreviverem, se a torneira partidária for fechada?

- Quem são esses tais autoapelidados de ‘patriotas’, que se deixam vender por protagonismos baratos, em saldo e sem nexo, mesmo que servem mais a ideologia do que os interesses nacionais? 

= Pior do que a nacionalização dos ‘meios de produção’, para usarmos a linguagem de tantos do anti-privado, é a consonância negativa em torno de questões culturais, onde só vale quem se enquadra na bitola do regime, ao qual convencionaram chamar de democrático, mas que é mais autoritário do que qualquer outra ditadura e que faz do menor-denominador-comum o critério para ser bem ou mal aceite, popular ou rejeitado, de interesse ou mesmo manipulado… A comunicação social é de entre tantos artífices um dos melhores veículos para fazer proliferar a mediania, que é uma outra forma de dizer mediocridade!

Não tivesse proferida em direto a afirmação supracitada do PR e aquela frase, algo essencial neste tempo de reversões em favor das nacionalizações, teria ficado esquecida, como pensamento não expresso ou até como intenção de menor apreço pelo investimento da iniciativa privada… 

= Se atendermos aos números podemos ter outra perspetiva do problema da contraposição entre funcionários públicos e trabalhadores privados. Têm como emprego nas administrações públicas (central, regional, local e fundos de segurança): 683.459 pessoas, sendo que dois terços destes o fazem na administração central e em percentagem da população ativa ocupam 13,1%... Teremos, então, que 89,9% não é atingida, beneficiada nem reivindica o que uma imensa minoria aufere…

Pior quem suporta esta clique da nossa população são os privados com os seus impostos e nem sempre remunerados em razão da riqueza que criam, geram e fazem crescer. Por isso, ver certas intervenções faz com que pensemos, se os funcionários estatais são tão bons ‘trabalhadores’, porque andam ao sabor da corrente que lhes advém de quem faz com que os impostos sejam a fonte de rendimento de tantos dos beneficiados…

Quem tem esticado a corda para o lado dos funcionários públicos vai ter de se explicar, muito em breve, sobre a rutura de meios para que possam ser suportadas tantas benesses a quem não produz em conformidade com aquilo que recebe. De facto, os baixos salários servem para manter a penumbra da miséria, mas os que ultrapassam as possibilidades fazem crer que a crise vai voltar sem dó nem piedade…para todos!

  

António Sílvio Couto


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