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sábado, 22 de dezembro de 2018

Narcotizados por um certo ‘sucesso económico’?


Atendendo às lições de vida que vamos aprendendo com os factos pessoais e dos outros, poderemos ir tecendo a nossa avaliação mais ou menos credível, pois feita de episódios nem sempre bem interpretados.

Dizem por aí que estamos melhor economicamente. Com verdade ou sob simulação os números apresentados querem-nos fazer crer que tal terá alguma consistência…a curto prazo.

Vendem-nos a mercadoria do ‘sucesso económico’ mais ou menos imediato feito à custa de distribuir sem trabalhar e, com alguma facilidade, vamos sendo levados a acreditar que o fundo não se esgotará… 

- Mas que dizer da recente, inopinada e (quase) inepta revolta dos ‘coletes amarelos’ à portuguesa? O fiasco aliviou quem manda e, sobretudo, quem manipula? Não houve nada que tenha feito temer? Ora, com milhares de polícias na rua, algo se previa de catastrófico? Não teremos estado na expetativa de que poderia correr qualquer coisa mal, mesmo sem haver a quem pedir contas dos prejuízos?

Com as consequências que poderão advir do insucesso, não teremos de questionar a efabulação dos números nas redes sociais? Dá a impressão de que é mais fácil participar virtualmente do que de dar a cara e o tempo para se incomodar com as ideias de anónimos…mais ou menos desorganizados.

Este episódio revela a nossa mentalidade de ‘treinadores de banca’, mas nunca jogadores do campo! 

- Na arte de bem enganar temos vivido como se tudo, pelo estalar de dedos, tenha passado do difícil ao exequível, pois revertendo as contas se fez com que já não haja austeridade, nem crise e tão pouco dificuldades de qualquer ordem…

Sabendo conduzir quem se torna acrítico e seja mais levado pela boca do que pela razão, temos estado a viver um tempo de razoável paz social, se bem que os dados contradigam tais notícias. Um tanto a custo se vai reconhecendo que o atual executivo nacional já enfrentou mais greves do que o anterior, mas que é isso para o ‘sucesso económico’ fabricado à escala do bolso de cada um? O derramamento de dinheiro sobre as situações tem vindo a ser uma arte de bem gerir enquanto há, pois depois alguém cobrará as ilusões surgidas e mal sustentadas…  

- A mentalidade reinante – tanto nas bases como na cúpula – parece ser mais a de ‘O capital’ do que da Bíblia. Nesta aprende-se a partilhar, trabalhando e colocando ao serviço dos outros os dons e os bens, naquele alimenta-se a reivindicação contra quem tem e, sobretudo, criando um ambiente odiento sobre os demais, mesmo que nem se conheçam.

Embora uma boa parte dos seguidores das doutrinas expostas n’ O capital talvez nunca tenha lido nada do texto, esta obra do século dezanove continua a conduzir muitas das posições de gente que anda na vida política. À revelia da evolução dos tempos ainda há quem use termos dessa época e não saiba a abrangência das lutas que vão percorrendo alguns dos episódios dos nossos dias.

Há coisas que terão alguma dificuldade em serem implementadas senão se souber a real fundamentação dos comportamentos. Aprender a conversão da Bíblia é muito mais exigente do que acicatar as animosidades de classes. O confronto com a Palavra de Deus é muito mais exigente do que semear laivos de igualitarismo em dialética. Colocar na vida as lições da Bíblia é muito mais salutar do que preencher as lacunas psicológicas com vitórias sobre os exploradores.

Embora um tanto idealista, prefiro a sociedade preconizada pela Bíblia do que as propostas tentadas a partir da ideologia de ‘O capital’: aquela ensina o perdão mesmo reconhecendo os erros, enquanto este azeda as pessoas e já deixou marcas suficientes de mal-estar na história do mundo… 

- Em ambiente de Natal é sublime perceber que houve um Deus – para isso será preciso o razoável dom da fé – que nos veio libertar a partir de dentro, isto é, assumiu a nossa condição humana para nos divinizar cada vez melhor. O ‘sucesso económico’ não basta para nos irmanar, antes poder-nos-á diferenciar pelo consumismo. Por isso, será pela verdade que haveremos de vencer as discrepâncias deste mundo!

 

António Sílvio Couto

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