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terça-feira, 21 de março de 2017

Família é escola viva e da vida


D. José Ornelas, na catequese que proferiu, no passado domingo, dia dezanove, na Sé Catedral de Setúbal, falou sobre ‘família – escola do amor e da reconciliação’, abordando as vertentes de ‘formar-se em família e como família’, de ‘acompanhar o crescimento dos filhos’ e tendo como modelo e testemunho São José.

O Bispo de Setúbal fez a sua intervenção perante uma Sé repleta de cristãos, entre os quais algumas dezenas de catecúmenos, que fizeram o rito do primeiro escrutínio momentos antes de se iniciar esta segunda catequese quaresmal. 

= Partindo da pergunta – como se realiza na família o crescer juntos? D. José respondeu que esta dimensão familiar se concretiza em dois aspetos: crescer, formar e formar-se em família, sendo que educar-se é importante em todas as idades.

O Bispo de Setúbal salientou que devemos ‘dar graças a Deus pelas nossas famílias’, apesar das dificuldades exteriores e interiores, que eles têm de enfrentar. Com efeito, quando vemos ‘proliferar fracassos de tantos projetos de família’, temos de ‘acolhê-las com especial atenção na comunidade cristã’.

Referindo-se à dimensão da educação na família, D. José Ornelas, referiu que ‘o caminho da educação tem de ser iniciado nas famílias de origem’. Ora para que a família tenha tempo para si própria, ‘temos de criar espaço na nossa família e não só o que sobre doutras atividades’, mesmo no que se refere àquelas que estão adstritas às coisas da paróquia ou naquilo que se refere ao trabalho ou a questões que fazem com que se esteja fora da família.

Dando algumas sugestões no que concerne à família no contexto da Igreja católica, o Bispo de Setúbal realçou que é preciso ‘repensar a pastoral familiar, tendo em conta as etapas dos mais frágeis, isto é, as crianças e os anciãos’. 

= Na segunda parte do tema, D. José Ornelas centrou a sua atenção no acompanhamento, em família, da educação dos filhos, tendo considerado que é ‘imprescindível a família na educação dos filhos’, pois será ‘a partir do amor e do carinho da família que se há de desenvolver a educação duma criança ou de um jovem’. Neste sentido, o Bispo de Setúbal acentua que ‘a perceção do afeto dos pais é fundamental para os filhos, mesmo nas coisas mais simples’, pois a família é referência até quando cuida na fragilidade.

A finalizar D. José apresentou breves incisos sobre a figura de São José – dado que nesse dia se celebrava o ‘dia do pai’ – na medida em que ‘José é aquele que recebe e passa tradição’, tal como o pai é ‘aquele que explica e é garante da promessa de Deus’.  

= Tal como na primeira catequese quaresmal sentimos algumas perguntas e inquietações, que, mesmo de forma simples (sem pretender ser simplista), ousamos aqui colocar:

* Numa grande maioria os participantes nestas catequeses são já pessoas que fizeram o seu caminho humano e histórico, por isso, não será de investir mais na prevenção de questões de âmbito familiar do que lançarmos sementes em terreno onde os frutos não serão tão profícuos e com futuro?

* Mais uma vez consideramos que se nota a ausência de bastantes clérigos, que têm a função de conduzir as orientações pastorais neste setor da família, não será, ao menos, de acertar a linguagem mais do que os (meros) conceitos?

* Como se poderá fazer crer e dinamizar mais pessoas – com tempo, recursos e estratégias – para que a família seja a curto e a médio prazo o que há de mais importante social, cultural e eclesialmente…dado que se ela falhar ou implodir que nos restará?

Afetiva e efetivamente, a família é e continuará a ser escola viva e da vida…   

 

António Sílvio Couto



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