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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Paz pela não-violência


O tema do 50.º dia mundial da paz, que se celebra no primeiro dia do ano civil, é – ‘A não-violência: estilo de uma política para a paz’.

Na sua mensagem o Papa Francisco situa a questão: «desejo deter-me na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz».

Respigamos da mensagem do Papa Francisco alguns outros aspetos, colocando perguntas:  

1.Mundo dilacerado

«A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a fins militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra».

Estamos mesmo conscientes de que violência gera mais violência e cria fatores de instabilidade nos mais diversos âmbitos? 

2. A Boa Nova

«Quem acolhe a Boa Nova de Jesus, sabe reconhecer a violência que carrega dentro de si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez, instrumento de reconciliação».

Porque é que, hoje, tão difícil que Jesus seja acolhido neste mundo? Porque será que ainda temos medo de aceitar Jesus, quando só Ele é capaz de nos dar a paz verdadeira e profunda? 

3. Mais poderosa do que a violência

«A não-violência, praticada com decisão e coerência, produziu resultados impressionantes. (...). A Igreja comprometeu-se na implementação de estratégias não-violentas para promover a paz em muitos países solicitando, inclusive aos intervenientes mais violentos, esforços para construir uma paz justa e duradoura».

A não-violência tem de ser novamente uma escolha, como o foi para tantas figuras históricas e que fizeram acontecer momentos novos na história da Humanidade recentemente. Temos de fazer a nossa parte...da solução, a começar pelos que nos estão mais próximos… 

4. A raiz doméstica duma política não-violenta

«Se a origem donde brota a violência é o coração humano, então é fundamental começar por percorrer a senda da não-violência dentro da família...Esta constitui o cadinho indispensável no qual cônjuges, pais e filhos, irmãos e irmãs aprendem a comunicar e a cuidar uns dos outros desinteressadamente e onde os atritos, ou mesmo os conflitos, devem ser superados, não pela força, mas com o diálogo, o respeito, a busca do bem do outro, a misericórdia e o perdão».

Como poderá a família ser escola de paz? Até quando iremos adiar a aprendizagem em família?  

5. Convite-desafio

«A construção da paz por meio da não-violência ativa é um elemento necessário e coerente com os esforços contínuos da Igreja para limitar o uso da força através das normas morais, mediante a sua participação nos trabalhos das instituições internacionais e graças à competente contribuição de muitos cristãos para a elaboração da legislação a todos os níveis... As oito Bem-aventuranças traçam o perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica».

Assim o saibamos viver em 2017… com verdade e em paz!

 

António Sílvio Couto



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