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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Crianças nascidas fora do casamento


Quase 46% das crianças portuguesas nascem fora do casamento. Este dado foi publicitado por estes dias através dos serviços oficiais de estatística, que dizem, por seu turno, que, em Espanha, os casos de filhos extracasamento tem menos dez pontos percentuais… isto segundo dados de 2012.

A quebra do casamento, entre 2003 e 2012, nos dois países ibéricos, situa-se na média de três vírgula cinco por cada mil casos… sendo a descida mais acentuada no caso luso. As causas sociológicas para a quebra da valorização do casamento têm a ver, entre outras, com a crise, a emigração, o envelhecimento progressivo da população, a diminuição progressiva da fecundidade e até o declínio da autoridade religiosa… não esquecendo ainda o desligar da sexualidade do plano e compromisso conjugal, isto é, as pessoas deixam de ter de casar para poderem viver juntas e poderem ter filhos.


- Num tempo em que a instituição ‘casamento’ – tenha ou não a versão matrimónio – é colocada em causa por múltiplos fatores de risco, temos de saber encontrar as causas deste colapso, mais do que andarmos a esmiuçar as consequências de uma mudança que tem tanto de complexa quanto de (quase) irreversível. Com efeito, foram dados passos assaz demolidores de toda a corresponsabilidade entre pessoas – dizemo-lo de forma clara e concisa, sobretudo, entre um homem e uma mulher – que podiam e deviam ser ajudadas a cumprirem as suas tarefas em favor de si mesmas e para com a sociedade.
 

- Desacreditar o casamento tem sido um plano bem urdido por certos lóbis mais ou menos assumidos para que a própria família caísse no descrédito, senão na forma pelo menos no conteúdo. Embora os resultados se estejam (já) acolher, as sementes foram lançadas no após-segunda guerra mundial, com tantos fenómenos de libertação, que mais não foram do que promoção de uma certa libertinagem nas ideias e nos comportamentos… Decorridas duas gerações eis os resultados mais visíveis!
 

- Dum modo intensamente organizado foram colocadas as traves-mestras para que o afundamento do casamento fosse conseguido sem grande estertor, quer por partes das Igrejas – onde a católica foi sendo ridicularizada e alguns dos seus ‘enfeites’ usados como disfarce – quer ainda por parte dos Estados – ditos democráticos – que foram dando regalias (direitos) idênticas a quem não queria responsabilidades (obriga-ções) semelhantes, desde o fator dos impostos até às pretensões igualitárias entre géneros e outros benefícios.

= Que fazer, então, com tantos sinais de aviso?

+ Urge educar para os valores da família e da responsabilidade, desde a mais tenra idade. Há fatores que não podem ser desculpa, mas antes de temos saber investir no que é essencial, onde pai e mãe vivam o que são e façam valer a sua autoridade pela disponibilidade para o amor feito oblação e/ou compromisso.

+ Quando tantos brincam ao prazer, urge educar para a vida, onde cada pessoa vale pelo que é e não tanto pelo que pretende mostrar. A ética da vida não está ao sabor dos caprichos mais ou menos materialistas, pois as crianças não podem ser objetos decorativos nem tornarem-se compensação de traumas não resolvidos.

+ Certas adoções – ou mesmo co/adoções – de género não passam de fait-divers de circunstância… e, em muitos dos casos, como que se tornam numa espécie de máquina de refrigerante a pataco… tal como o foi/é o preservativo de vão de escada ou à entrada dalgum lugar público de diversão ou mesmo farmácia!  

 = Porque acreditamos no futuro, ousamos propor que não se desista da valorização do casamento estável entre um homem e uma mulher para que a sociedade se regenere e se construa como um mundo mais humano, onde a família seja uma instituição respeitada, favorecida e amada.

= Porque acreditamos na força do amor, da amizade e da caridade na família e na sociedade, queremos que mesmo os filhos nascidos fora da estabilidade do casamento possamos aprender a amar e a serem amados, a cuidar e a serem cuidados como carinho, estima e ternura, hoje e sempre.

 

António Sílvio Couto

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