Quase
46% das crianças portuguesas nascem fora do casamento. Este dado foi
publicitado por estes dias através dos serviços oficiais de estatística, que
dizem, por seu turno, que, em Espanha, os casos de filhos extracasamento tem
menos dez pontos percentuais… isto segundo dados de 2012.
A quebra
do casamento, entre 2003 e 2012, nos dois países ibéricos, situa-se na média de
três vírgula cinco por cada mil casos… sendo a descida mais acentuada no caso
luso. As causas sociológicas para a quebra da valorização do casamento têm a
ver, entre outras, com a crise, a emigração, o envelhecimento progressivo da
população, a diminuição progressiva da fecundidade e até o declínio da
autoridade religiosa… não esquecendo ainda o desligar da sexualidade do plano e
compromisso conjugal, isto é, as pessoas deixam de ter de casar para poderem
viver juntas e poderem ter filhos.
- Num
tempo em que a instituição ‘casamento’ – tenha ou não a versão matrimónio – é
colocada em causa por múltiplos fatores de risco, temos de saber encontrar as
causas deste colapso, mais do que andarmos a esmiuçar as consequências de uma
mudança que tem tanto de complexa quanto de (quase) irreversível. Com efeito,
foram dados passos assaz demolidores de toda a corresponsabilidade entre
pessoas – dizemo-lo de forma clara e concisa, sobretudo, entre um homem e uma
mulher – que podiam e deviam ser ajudadas a cumprirem as suas tarefas em favor
de si mesmas e para com a sociedade.
- Desacreditar
o casamento tem sido um plano bem urdido por certos lóbis mais ou menos
assumidos para que a própria família caísse no descrédito, senão na forma pelo
menos no conteúdo. Embora os resultados se estejam (já) acolher, as sementes
foram lançadas no após-segunda guerra mundial, com tantos fenómenos de
libertação, que mais não foram do que promoção de uma certa libertinagem nas
ideias e nos comportamentos… Decorridas duas gerações eis os resultados mais
visíveis!
- Dum
modo intensamente organizado foram colocadas as traves-mestras para que o
afundamento do casamento fosse conseguido sem grande estertor, quer por partes
das Igrejas – onde a católica foi sendo ridicularizada e alguns dos seus ‘enfeites’
usados como disfarce – quer ainda por parte dos Estados – ditos democráticos –
que foram dando regalias (direitos) idênticas a quem não queria
responsabilidades (obriga-ções) semelhantes, desde o fator dos impostos até às
pretensões igualitárias entre géneros e outros benefícios.
= Que fazer, então, com tantos
sinais de aviso?
+ Urge
educar para os valores da família e da responsabilidade, desde a mais tenra
idade. Há fatores que não podem ser desculpa, mas antes de temos saber investir
no que é essencial, onde pai e mãe vivam o que são e façam valer a sua
autoridade pela disponibilidade para o amor feito oblação e/ou compromisso.
+ Quando
tantos brincam ao prazer, urge educar para a vida, onde cada pessoa vale pelo
que é e não tanto pelo que pretende mostrar. A ética da vida não está ao sabor
dos caprichos mais ou menos materialistas, pois as crianças não podem ser
objetos decorativos nem tornarem-se compensação de traumas não resolvidos.
+ Certas
adoções – ou mesmo co/adoções – de género não passam de fait-divers de
circunstância… e, em muitos dos casos, como que se tornam numa espécie de
máquina de refrigerante a pataco… tal como o foi/é o preservativo de vão de
escada ou à entrada dalgum lugar público de diversão ou mesmo farmácia!
= Porque
acreditamos na força do amor, da amizade e da caridade na família e na sociedade,
queremos que mesmo os filhos nascidos fora da estabilidade do casamento
possamos aprender a amar e a serem amados, a cuidar e a serem cuidados como
carinho, estima e ternura, hoje e sempre.
António
Sílvio Couto
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