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terça-feira, 9 de julho de 2013

Inteligência, educação e espiritualidade


Há três qualidades – humanas, culturais e mesmo cristãs – que reputo como essenciais para um bom relacionamento entre as pessoas: inteligência/educação/espiritualidade... pois, da boa conjugação de todas poderá resultar muito ou quase nada, tanto no nosso auto-conhecimento como na compreensão progressiva dos outros.

* Por
inteligência entendo a capacidade de entender as coisas, o que se diz e mesmo o que se quer dizer. Há pessoas que, mesmo sem terem um desenvolvimento intelectual e/ou um reconhecimento de instrução, têm uma inteligência acima da vulgaridade. Assim como há quem tenha estudos e cuja inteligência ficou ao nível mais rasteiro. Quantas vezes é, pela capacidade de ironia (dispensa-se o sarcasmo!), que podemos comunicar com os outros. Quantas vezes é, pela capacidade de rir-se de si mesmo, que podemos aferir pela inteligência pessoal e dos outros.

Nas questões ligados ao ensino, talvez tenhamos mais de falar de estudantes do que de alunos, pois muitos destes parece que nem sempre aproveitam o tempo para fazerem o que só deles dependem: adquirir capacidade de estudo e não mera reprodução de conhecimentos colados à pressa, mas que o tempo se encarregará de deitar a perder. Até mesmo o corpo docente seria mais valorizado se também se cultiva-se continuamente... Basta de saberes dogmáticos e ignorâncias atrevidas!

* Na dimensão da
educação está contida uma grande variedade de aspectos, desde os mais simples, como o respeito e o saber ocupar cada qual o seu lugar, até aos mais complexos, como saber estar com admiração, no contexto público ou privado, dando a entender que o outro é alguém com quem nos damos e que nos faz crescer e nunca alguém de quem nos aproveitamos para nos promovermos ou que possa ser nosso inimigo.

Esta educação a que nos referimos tem a ver com o conhecimento e a vivência dos actos de convivência social, onde há expressões que consubstanciam o mais básico: ‘por favor’, ‘com licença’,‘obrigado’ e ‘desculpe’... como regras – há quem as classifique de mágicas – de boa educação. Com efeito, muita coisa mudaria se soubessemos usar tais palavras! Muitas atitudes de uns para com os outros seriam mais humanas! Muitas quezílias e conflitos seriam evitados, resolvidos e solucionados!
* Sobre a temática da
espiritualidade – para nós que a incluímos e nos situamos num contexto cristão e católico em particular – entendemos aquilo que, em Deus se pode, deve e é entendido como plataforma onde circulam vários e distintos sinais, que nos fazem entender... na mesma sintonia não só sobre as coisas presentes, mas estando atentos ao passado e abrindo-nos ao significado do futuro... próximo ou a médio prazo em Deus.

Quantas vezes esse mesmo Deus nos faz encontrar, sintonizar, aferir e mesmo concordar... com pessoas, pela simples razão de que estamos numa idêntica espiritualidade. De quantos modos a vivência da espiritualidade – mesmo sem rótulo nem tendência de conveniência – nos faz ultrapassar barreiras culturais para que nos entendamos no essencial, mesmo que os adereços possam ser dispensados! Efectiva e afectivamente a vivência espiritual faz ‘milagres’ pois as pessoas se entendem mais pelo que as une do que por aquilo que as separa. Sem entramos numa valorização da ‘espiritualidade’ em desfavor da religião, acreditamos que é, no Espírito Santo, que nos podemos sintonizar, mesmo que, depois, nem tudo seja concorde com o que nos une e procurando aprofundar as matizes que nos fazem ser o que somos sem dividir, mas antes tentando criar laços de sincera e leal unidade. Confiemos uns nos outros e os laços surgirão e serão valorizados, ontem, como hoje e amanhã.

Assim sejamos inteligentes, com educação e descobriremos tantos sinais de espiritualidade... onde nos encontraremos mais humanos e mais espirituais... em Cristo Jesus.





António Sílvio Couto (asilviocouto@gmail.com)

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