Neste
momento complexo da nossa vida social e política como que bailam na
minha mente múltiplas razões para que não possa nem deva votar em
certas figuras, nuns tantos figurões e noutras diversos
personagens... tenham eles a narrativa – idiossincrática e
polissémica – com que nos queiram ludibriar ou confundir em tempos
de campanha eleitoral e mesmo na hora da votação!
De
facto, poderemos elencar algumas das vertentes pelas quais não
podemos, em consciência – onde os valores cristãos nos enformam –
dar qualquer assentimento a propostas para votação:
-
por razões
culturais e intelectuais,
há forças político-partidárias e (consequentemente) os seus
candidatos que não nos merecem o mínimo de confiança, sobretudo os
que se encontram no eixo (ou será arco?) marxista, anárquico e
populista, pois muito se diz e bastante pouco se faz;
-
por razões
éticas e cívicas,
há propostas que se apresentam a eleição que nunca merecerão o
mínimo de concordância e/ou aceitação se defenderem temas contra
a vida, a família na perspectiva judaico-cristã ou a moralidade não
personalista, na medida em que tendem a reduzir a pessoa a matéria
sem alma nem espírito;
-
por razões
económico-financeiras,
há sistemas que não nos merecem qualquer aceitação, sobretudo se
tentam fazer da pessoa humana como que uma máquina sem direitos e
com responsabilidades limitadas aos interesses materialistas dos
proponentes, sejam de esquerda ou de direita, tenham a coloração
que lhes quiserem conferir ou inseridos nalgum ’ismo’ –
socialismo, comunismo, radicalismo, etc. – mais da moda em cada
passo da história;
-
por razões
de
mínima congruência,
quando descobrimos que certos ataques aos outros não passam de
manobra para disfarçar a incapacidade em fazer melhor ou pelo menos
com maior respeito pelos demais... mesmo que sejam de rápido consumo
e de efeito mais ou menos imediatista;
-
por razões
de salubridade mental,
quando vemos uns tantos que se vendem às mordomias – tenham ou não
a máscara de direitos ou se façam passar por muito democratas com
mãos voltadas (quase sempre e só) para si mesmos – de
circunstância, tais como regalias de imagem ou em fachada de vitória
pírrica;
-
por razões
de exigência moral
não poderemos concordar – e muito menos aceitar de ânimo leve ou
com vulgar ligeireza – com quem se apresenta a votos tentando fazer
dos outros (quais) fantoches de feira, pensando que se esqueceram das
tropelias que armaram nos intervalos das votações, ostentando uma
personagem, no mínimo, de dúbia consistência ou de pouco razoável
equilíbrio e sanidade.
=
Apesar de tudo, somos dos que vivem – moral, cívica e cristamente
– a exigência de participar nas eleições, sejam elas de que
natureza forem, mas não aceitamos meter no mesmo saco todos os
projectos submetidos ao escrutínio popular, nem as figuras e os
figurões apresentados... e tão pouco confundimos as forças
ideológicas... por muito boazinhas que se pretendam insinuar em maré
de serem sufragadas!
=
Perante o panorama do país, cremos que não podemos andar a brincar
às eleições, na medida em que não seja da nossa concordância
quem quer que nos governe. Há tempo para rasgar, tempo para coser,
tempo para consertar e tempo para prestar contas... Basta de vivermos
nessa tal psicologia da máquina de bebidas – mete a moeda e sai
logo a resposta – e neste afã de querermos a todo o custo remendar
erros históricos, sociais e económicos, que uns tantos –
desgraçadamente são sempre os mesmos de forma cíclica e até
contumaz! – são especialistas em fazerem o pior sem participarem
na real solução, antes agravando o problema, ontem e hoje!
=
Num tempo em que a qualidade dos nossos chefes – poucos são, de
facto, líderes – deixa muito a desejar, urge criar condições
para que sejamos conduzidos por pessoas com estofo e visão que
ultrapassem a conjuntura do seu perímetro físico e psicológico...
apresentando, pelo contrário, novos horizontes, cuidando de que
tenhamos a curto e médio prazo outros que sejam capazes de
interpretarem com sabedoria, inteligência e ousadia o que é mais
útil para o nosso futuro colectivo... Os vindouros merecem!
Unidos
e com projectos altruístas havemos de conseguir criar uma sociedade
portuguesa mais humana porque mais cristã. Podem contar com o nosso
humilde contributo, votando em consciência e exigindo em
conformidade!
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