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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Com a verdade (ainda) me enganas?


Por estes dias temos como que sido levados a reflectir sobre questões do foro político, de âmbito social e até de natureza ético-espiritual. De facto, quando ouvimos certas figuras a falar dos problemas que tentam resolver como que temos de questionar se nos estão a falar verdade ou, se não sendo totalmente verdade o que nos dizem, terão possibilidade dalgum crédito as sugestões que nos apresentam... como novidade ou recauchetadas na ideologia (partidária, religiosa ou humanista) a quem parecem, antes, servir e/ou adular.
 
- Quando vemos serem apresentadas medidas para combater o ‘nosso’ actual regime de pobreza, perseguindo com impostos, preferencialmente, os ricos, como que nos fica a dúvida se pretendem acabar com os pobres ou, antes, com os ricos! Estes poderão – quando evangelizados correcta e ousadamente – combater os focos de pobreza, criando empregos e novas condições de vida. No entanto, com a proliferação da cultura dos pobres não sairemos do fosso para onde nos empurarram certos (ditos) combatentes em favor dos tais pobres! Efectivamente, a pobreza dá de comer a muito rico... de orgulho, de ideias feitas e até de pretensões de poder!

Como poderemos crescer se ‘matamos’ quem nos pode ajudar? Como poderemos viver em paz se faltar a justiça? Como poderemos sair da crise se esta nos entristece, amesquinha e envergonha?

 - Muitos contestam – nalguns casos bem e noutros suficientemente mal! – as medidas da (apelidada) austeridade. É verdade que as medidas tocam (quase) sempre aos mesmos, isto é, àqueles que dependem do seu trabalho. Como alguém dizia: hoje já não há operariado, mas precariado... tal é a insegurança dos meios de subsistência. Num caleidescópio de posições vemos que quem governa (normalmente) não tem sabido capaz de explicar as razões e que quem contesta pouco mais tem acescentado do que dizer não e fazer barulho... sem apresentar outras medidas exequíveis no atual estado do país. Até quem pretende eleições não fará – se for mentalmente honesto – diferente do que tem de ser feito, pois assim nos obrigam os credores...

Até onde irá o patriotismo (mais ou menos (inter)nacionalista) se estivermos desacreditados? Se tirarem a contestação alguns (políticos, sindicalistas, comunicação social, etc.) poderão ainda sobreviver social, económica e politicamente?  

- Na proliferação de visões culturais a que estamos, hoje, desafiados a viver temos de ir aprendendo a situar-nos nos diversificados campos de actuação, pois alguns dizem-se inspirados nalguns valores humanistas, mas como que distorcem as metas/objectivos quando têm de servir (mais) a quem os influencia, patrocina ou promove... De facto, há quem reclame reconhecimento das suas ideias, no espaço público e até na comunicação social, mas como que contestam as ideias e os ideais dos outros (só) porque são servidas por valores éticos que nos se coadunam com aqueles mentores. Já todos sabemos como na ‘casa da democracia’ com que classificam (eufemisticamente) o Parlamento se degladiam múltiplos interesses – uns mais visíveis e assumidos e outros mais subterrâneos e quase esotéricos – onde alguns são mestres na contenda e outros – enquanto não aprendem – meros figurantes de manipulações em maré de votação...

Como poderá ser conjugável a liberdade de consciência com a disciplina partidária? A quem servem os deputados: aos que os elegeram ou às forças (do partido, dos interesses ou das ideologias) que os designaram? Para quando a liberdade e o compromisso, ligando os eleitos aos eleitores e vice-versa?

= Nesta etapa da história da humanidade torna-se fundamental criar laços de verdade onde aquilo que se diz condiga com o que se faz e este acto do fazer tenha condições para se concretizar em novas ideias de prossecução da verdade traduzida em projectos de vida, de compromisso e de valorização dos outros, onde cada um de nós é parte e sinal da Verdade total, que é Deus.

Que sejamos dignos de tal viver e testemunhar, aqui e agora!  

 

António Sílvio Couto

(asilviocouto@gmail.com)

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