Por estes dias temos como que
sido levados a reflectir sobre questões do foro político, de âmbito social e
até de natureza ético-espiritual. De facto, quando ouvimos certas figuras a
falar dos problemas que tentam resolver como que temos de questionar se nos
estão a falar verdade ou, se não sendo totalmente verdade o que nos dizem,
terão possibilidade dalgum crédito as sugestões que nos apresentam... como novidade
ou recauchetadas na ideologia (partidária, religiosa ou humanista) a quem
parecem, antes, servir e/ou adular.
- Quando vemos serem apresentadas
medidas para combater o ‘nosso’ actual regime de pobreza, perseguindo com
impostos, preferencialmente, os ricos, como que nos fica a dúvida se pretendem
acabar com os pobres ou, antes, com os ricos! Estes poderão – quando
evangelizados correcta e ousadamente – combater os focos de pobreza, criando
empregos e novas condições de vida. No entanto, com a proliferação da cultura
dos pobres não sairemos do fosso para onde nos empurarram certos (ditos)
combatentes em favor dos tais pobres! Efectivamente, a pobreza dá de comer a
muito rico... de orgulho, de ideias feitas e até de pretensões de poder!
Como poderemos crescer se
‘matamos’ quem nos pode ajudar? Como poderemos viver em paz se faltar a
justiça? Como poderemos sair da crise se esta nos entristece, amesquinha e
envergonha?
Até onde irá o patriotismo (mais
ou menos (inter)nacionalista) se estivermos desacreditados? Se tirarem a
contestação alguns (políticos, sindicalistas, comunicação social, etc.) poderão
ainda sobreviver social, económica e politicamente?
- Na proliferação de visões
culturais a que estamos, hoje, desafiados a viver temos de ir aprendendo a
situar-nos nos diversificados campos de actuação, pois alguns dizem-se
inspirados nalguns valores humanistas, mas como que distorcem as
metas/objectivos quando têm de servir (mais) a quem os influencia, patrocina ou
promove... De facto, há quem reclame reconhecimento das suas ideias, no espaço
público e até na comunicação social, mas como que contestam as ideias e os ideais
dos outros (só) porque são servidas por valores éticos que nos se coadunam com
aqueles mentores. Já todos sabemos como na ‘casa da democracia’ com que
classificam (eufemisticamente) o Parlamento se degladiam múltiplos interesses –
uns mais visíveis e assumidos e outros mais subterrâneos e quase esotéricos –
onde alguns são mestres na contenda e outros – enquanto não aprendem – meros
figurantes de manipulações em maré de votação...
Como poderá ser conjugável a
liberdade de consciência com a disciplina partidária? A quem servem os
deputados: aos que os elegeram ou às forças (do partido, dos interesses ou das
ideologias) que os designaram? Para quando a liberdade e o compromisso, ligando
os eleitos aos eleitores e vice-versa?
= Nesta etapa da história da
humanidade torna-se fundamental criar laços de verdade onde aquilo que se diz
condiga com o que se faz e este acto do fazer tenha condições para se
concretizar em novas ideias de prossecução da verdade traduzida em projectos de
vida, de compromisso e de valorização dos outros, onde cada um de nós é parte e
sinal da Verdade total, que é Deus.
Que sejamos dignos de tal viver e
testemunhar, aqui e agora!
António Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)
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