Em tempos não muito recuados era costume, quando não chovia o suficiente, os responsáveis da Igreja católica promoverem preces públicas e privadas em favor da chuva, suplicando esse dom divino – vindo do Alto – para os campos e o necessário à vida em condição terrena.
Agora que o país está em seca extrema – algumas
barragens estão a menos de 10% de cota habitual – não vimos o mínimo aceno para
esta faculdade de fé seja posta em ato… nada nem nas zonas mais rurais e, segundo
se julga, mais crentes nas coisas da natureza…
Deus,
nosso Pai, Senhor do Céu e da Terra (Mt 11, 21),
Tu és para nós existência, energia e vida (At 17, 2).
Criaste o homem à Tua imagem (Gn 1, 27-28)
a fim de que com o seu trabalho ele faça frutificar
as riquezas da terra colaborando assim na Tua criação.
Temos consciência da nossa miséria e fraqueza:
nada
podemos fazer sem Ti (Jo 15, 5).
Tu, Pai bondoso, que sobre todos fazes brilhar o sol (Mt 5, 45)
e fazes cair a chuva,
tem compaixão de todos os que sofrem severamente
pela seca que nos ameaça nestes dias.
Escuta com bondade as orações que Te são dirigidas
com confiança pela Tua Igreja (Lc 4, 25),
como satisfizeste súplicas do profeta Elias (1 Rs 17, 1)
que intercedia em favor do Teu povo (Tgo 5, 17-18).
Faz cair do céu sobre a terra árida a chuva desejada
a
fim de que renasçam os frutos (Tg 5, 18)
e sejam salvos homens e animais (Sl 35, 7).
Que a chuva seja para nós o sinal da Tua graça e da Tua bênção:
assim,
reconfortados pela Tua misericórdia (cf. Is 55, 10-11),
dar-te-emos
graças por todos os dons da terra e do céu,
com os quais o Teu Espírito satisfaz a nossa sede (Jo 7, 37-38).
Por Jesus Cristo, Teu Filho, que nos revelou o Teu amor,
fonte
de água viva, que brota para a vida eterna (Jo 4, 14).
Amen.
Como dizia alguém que participou num tempo de prece
pela chuva: rezemos e levemos o guarda-chuva com a mesma fé e confiança…
António
Sílvio Couto
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