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sábado, 18 de novembro de 2017

Rumos enviesados…contra a Igreja


Um tal autoapelidado grupo ou grupelho de ‘coordenação nacional de rumos novos – católicas e católicos lgbt (portugal)’ fez chegar ao princípio da noite de 16 de novembro passado uma inflamada «posição pública face ao comunicado da 193.ª assembleia plenária da conferência episcopal portuguesa».

Não reproduzimos qualquer designação da entidade citada em letras maiúsculas, pois a dita comunicação – recebi-a na forma de endereço pela paróquia onde tenho nomeação de funções – faz-nos fazer crer que representa alguém…embora não saibamos quais são os seus mentores, quem são os aderentes ou até onde se situam os apaniguados…dado que não assinam nem mostram o rosto, se é que o têm! 

= Se nos ativermos às ‘fontes’ citadas, quem redige esta comunicação teve acesso a documentos atualizados da formação dos seminaristas, pois cita o ‘Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis – o dom da vocação presbiteral’ com publicação a 8 de dezembro de 2016 e que apresenta diretrizes muito exigentes sobre o acesso ao seminário e, por conseguinte, à ordenação sacerdotal, colocando restrições, parâmetros e exclusões de quem manifeste tendências homossexuais, tanto para serem aceites nos seminários, como para o exercício do ministério sacerdotal… O Papa Francisco tem sido intransigente e, nalguns casos muito duro, sobre esta matéria e as diferentes ramificações que ela representa atualmente na Igreja católica. 

= Depois de aduzirem uma citação do catecismo da Igreja católica, de que não apresentam a localização – são os números 2357-2359 – sobre o acolhimento a quem apresente orientação homossexual, os tais autores do comunicado confundem a vivência celibatária com a sua ansiada afirmação lgbt (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), invetivando as palavras do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e dando a entender que certas bases científicas lhes dão razão. Quais serão elas, se não as referem cientificamente? Porque tentam ridicularizar as afirmações do presidente da CEP só por que não são de acordo com as suas pretensões? Porque tentam refugiar-se no desvio – conveniente, acintoso e provocador – de que os casos de pedofilia não têm nada a ver com questões de homossexualidade? 

= Citamos, por conter algo de inoportuno, aviltante e até de mesquinho, o tal comunciado: ‘Na rumos novos – católicas e católicos lgbt conhecemos muitos sacerdotes homossexuais, que se entregam seriamente ao seu ministério, mas também conhecemos muitos outros com afilhados, sobrinhos, governantas e afins, aos quais, muitas vezes, se olha para o outro lado. Qual é mais fiel a Cristo e ao ensinamento da Igreja?’.

Sejam lá quem forem esses/as da ‘rumos novos’ não têm direito algum de lançar qualquer labéu sobre quem sempre quis viver uma vida séria de entrega a Deus e ainda de querem misturar tendências com pecados ou que queram confundir interesses de lóbi com propostas de vida no sacerdócio celibatário e católico.

É verdade que temos de enfrentar os desafios com respostas que não sejam de ontem, mas não será com a passagem de esponjas envernizadas duma pretensa mentalidade light que iremos construir uma Igreja de Jesus Cristo atualizada ao ritmo dos sinais dos tempos, como dizem, citando o Concílio Vaticano II. Estes sinais não podem nunca servir para voltarmos à cultura pré-vetero-testamentária de sodoma e de gomorra (Gn 19,1-29), onde as tais tendências e manifestações homossexuais foram castigadas por Deus – entenda-se a linguagem mítica – com ‘fogo e enxofre’!                   

= O senhor presidente da CEP falou, respondendo a perguntas, mas a matéria continua um tanto difusa como se o silêncio possa significar concordância sobre assuntos fulcrais para a condução da Igreja neste tempo e nesta terra…lusitana. E nem os erros, os pecados, as falhas, as conveniências sejam lá de quem forem, podem fazer tresler quem tem a função de conduzir a Igreja por entre nuvens e trovoadas, através de tempestades ou de situações de seca (mais de índole espiritual do que a de âmbito climatérico)… reconhecendo cada qual a meta para onde caminha sem se deixar tropeçar nas etapas mais ou menos sinuosas do dia-a-dia…

Precisamos de saber, efetiva e afetivamente, o rumo… para não nos deixarmos distrair por cigarras de ocasião!

 

António Sílvio Couto



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