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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Saber e dever de ofício...


Não é pouco habitual assim ver pessoas – de dentro ou de fora da Igreja, ocasionais ou mais frequentadores – contestarem os padres no exercício das suas funções. Nalguns casos vindos a público como que se tenta dar mais razão a quem contesta e/ou protesta do que a quem exerce o ofício...

= Diante duma mudança menos boa de aceitação em respeito para com os ministros da Igreja – dizemos, sobretudo, no contexto católico – como que nos podem surgir algumas questões endógenas e exógenas para que tal se tenha vindo a agravar no tempo e na quantidade...difundida.

= Mesmo que de forma humorística ousamos reproduzir alguns excertos dum texto, lido por estes dias, num jornal diocesano... Não pretendemos lançar juízo algum sobre a generalidade dos cristãos/católicos, mas antes tentar encontrar (possíveis) explicações no âmbito interno e, particularmente, numa certa ausência de aposta na formação – contínua e necessária – de todos.

Eis um breve elenco:

Católico ‘flor-de-estufa’ – quando tem qualquer problema com o padre, logo deixa a igreja;

Católico 112 – só procura a igreja em caso de emergência;

Católico balão – sempre inchado, mas, bem visto, não tem nada dentro;

Católico aranha – ao mínimo problema desata a subir pelas paredes;

Católico carrinho de mão – tem de haver sempre alguém para empurrar;

Católico peixe – missa, nada; oração, nada; compromisso social, nada...

= De facto, há pessoas que se aproximam da Igreja com o intuito de fazerem uma caminhada de fé. Há os que querem colocar-se à disposição dos outros. Há ainda outros que, passado algum tempo de afastamento, querem retomar a sua aprendizagem de caminhada de fé mais ou menos sequente e progressiva...passado o primeiro tempo de casamento e/ou de estabilidade profissional.

= No entanto, uma larga maioria dos nossos ‘católicos não-praticantes’ faz dos (ditos) sacramentos sociais (batizados, casamentos e funerais) uma certa aproximação simulada, pretendendo que se lhe faça o favor de envernizar uma religião fixista...essa que deixaram parada na última vez em tiveram presença – qual filme colocado em pausa – entendendo quase tudo dum modo nada de referência...sem sequência ou até nexo.

= Que dizer, então, da forma de se apresentar em tais ‘cerimónias’? Umas vezes nota-se uma forte influência do mundanismo da vestimenta e do comportamento. Outras vezes custa a distinguir se o espaço celebrativo é diferente do lugar da diversão. Nalguns casos parece haver uma certa ignorância, mas, noutras situações, será mais negligência... Apesar de tudo, poderíamos fazer uma caminhada de maturidade se houvesse humildade e bom senso humano, cultural e espiritual. 

= Atendendo à responsabilidade dos ministros ordenados como pode e deve ser a sua atuação? Dado que, muitas vezes, estão a ser escortinados por pessoas bem e/ou mal-intencionadas, só num clima de confiança se poderá conduzir a porção do povo de Deus que lhes está confiada. Atendendo a que muitos dos (pretensos) católicos-pirilampo (ora estão, ora saem; ora frequentam aqui, ora vão onde lhes convém) podem fomentar maledicência, urge que se faça uma maior formação para o compromisso, sobretudo daqueles/as que servem (ou deviam servir) a comunidade dos irmãos.

= Quando para se ser ordenado padre é preciso estudar e ser avaliado, preparar-se para o ofício...anos e anos, porque se há de dar tanto destaque a quem contesta, mas foge? Afinal, quem sabe...mesmo do ofício?

 

António Sílvio Couto (asilviocouto@gmail.com)

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