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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Quando presentes/prendas encolhem... no Natal

Embora a mês e meio da data do Natal – onde o celebrado, Jesus, fica embrulhado em milhentas minharias de ocasião – já se fazem contas aos gastos possíveis, desejados ou indispensáveis.

Segundo dados do ‘Observador celetem’, os portugueses tencionam gastar, em média, cento e vinte e seis euros em prendas, por ocasião do Natal deste ano... numa diminuição de trinta e cinco por cento em relação ao ano passado. Em média cada cada presente poderá custar cerca de vinte e cinco euros... sendo os habitantes da região Norte do país os que mais teem intenção de poupar... com uma larga fatia dos inquiridos (22%) a dizerem que o valor máximo dos presentes será de setenta e cinco euros na época natalícia. 

= Consumidos e consumidores... responsáveis ou compulsivos?

Não deixa de ser significativo a forma como reagiram alguns iluminados a propósito das declarações de Isabel Jonet (responsável nacional do Banco Alimentar contra a fome) sobre a necessidade de aprendermos a empobrecer, sabendo conjugar o necessário com o urgente, denunciando gastos desconexos: “Temos todos de empobrecer e muito. Empobrecimento na perspectiva de regressar ao que é mais básico. Não ter expectativas de que podemos viver com mais do que necessitamos, pois não há dinheiro para isso (...) A geração mais nova tem uma maneira diferente de viver. Deixou de se atribuir o valor real aos bens”

- De fato, há quem grite e reivindique, mas esbanje com inutilidades... mais ou menos legais e subtis. Veja-se a proliferação de gente – sobretudo nova, bem-falante, rota, mas rica – que se desloca para os (múltiplos) festivais de música, no verão, e talvez nem entendam, suficientemente, os sacrifícios que são pedidos – particularmente aos pais de quem ainda dependem – para recuperar o país pelo trabalho e o compromisso para com os outros. Somos uma triste terra que nunca teve de unir esforços para recuperar, concertadamente, de algum problema comum. O egoísmo luso é atroz pela mesquinhez de tudo e para com todos!

- Certas forças – pretensamente ‘cultas’ de uma (dita) esquerda caviar ou outra de protesto – talvez tenham invetivado as declarações da responsável do BA e até possam vir a boicotar a próxima recolha de alimentos, mas eles/as não sabem o que é passar fome (de verdade), pois antes rompem os fundilhos do assento em lugares de diversão ou andam (a coberto de máscaras e doutros disfarces) a incendiar manifestações anti-governo e contra um capitalismo de que beneficiam... mesmo que de forma capciosa.  Certos discursos da treta pela defesa dos mais pobres não passam de vagas intenções que não se sujam com os pobres... reais. 

= ‘Por que não te calas’?

Esta frase dita pelo rei de Espanha ao caudilho da Venezuela pode servir como refrão para com certas figuras sobre as intervenções mais recentes na vida pública... ou publicitada

- Por muito que nos custe aceitar, temos de assumir que Portugal não se consegue recuperar – económcica, social e politicamente – com balelas de benfalantes nem com discursos ideológicos em defesa dos ‘direitos adquiridos’, pois a (dita) Constituição da República apresenta erros históricos e falhas de lesa-pátria, consubstanciando em regalias de classe, benefícios de setores e atributos em proveito próprio... ontem e hoje.

Que dizer de certos figurões que dizem mal de tudo e de todos, mas não abdicam das benesses recebidas a troco de terem sido governantes ou noutros cargos políticos? Como poderemos compreender que tenham a capacidade de dizer tudo o que lhes apetece, desde que defendam os seus apaniguados? Até onde irá a desfaçatez mental para termos de nos calar sem dizermos o que pensamos, cívica, educada e cristamente?

- Por certo quem nos propõe um caminho de contenção – seja pela austeridade, seja pela partilha – não será totalmente estúpido – pois se o fosse teríamos de questionar a sua sanidade mental e psicológica – para fazer-nos viver um espartilho onde todos somos prejudicados, mesmo os proponentes... a menos que pensem fugir, entretanto, para Paris, Bruxelas ou Nova Iorque... como outros fizeram e não são chamados a responder criminalmente, pois o povo já os condenou nas eleições!

Só espanta que, certos donos da verdade, não consigam fazer vingar as suas teses e se arrastem pelos corredores da indigência com tiques de maus pagadores... Portugal merece melhor e todos somos precisos, já!

 
António Sílvio Couto (asilviocouto@gmail.com)

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