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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Assunção de Nossa Senhora

Assunção de Nossa Senhora
Da meta entendemos (melhor) as etapas

«Hoje a Virgem Mãe de Deus foi elevada à glória do Céu. Ela é a aurora e a imagem da Igreja triunfante, ela é sinal de consolação e esperança para o vosso povo peregrino. Vós não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo aquela que gerou e deu à luz o autor da vida, vosso Filho feito homem».
Partindo deste excerto do prefácio da missa da solenidade da Assunção de Nossa Senhora poderemos encontrar algumas das linhas teológicas desta celebração e apontar breves desafios à nossa condição de cristãos/católicos neste tempo.

= Elevada à glória do Céu... Não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo
O mistério que celebramos é tão simples quão complexo: Maria foi elevada ao Céu em corpo e alma, dignificando o templo da presença de Deus que Ela foi, em razão de nos ter dado o autor da vida, Jesus Cristo, verbo encarnado e redentor.
Por especial prerrogativa divina, Maria foi imaculada e, preservada do pecado, também não foi submetida à corrupção do túmulo pela degradação do seu corpo biológico. Esta graça teve-a por ser a Mãe do Filho de Deus.
O Catecismo da Igreja Católica (n.º 966) refere: «A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos: No teu parto guardaste a virgindade e na tua dormição não abandonaste o mundo, ó Mãe de Deus; alcançaste a fonte da vida, Tu que concebeste o Deus vivo e que, pelas tuas orações, hás-de livrar as nossas almas da morte».

= Ela é imagem e aurora da Igreja triunfante
Contida em protótipo da vivência em Igreja, por Maria podemos compreender em fé a força de n’Ela sermos como Igreja o que Ela viveu em plenitude.  Por isso, celebrar alguma das vertentes de Maria é, eclesialmente, estarmos a percebermos cada vez melhor o que Deus fez em Maria e quer operar, continuamente,  na Igreja.
Nesta solenidade da Assunção de Nossa Senhora contemplamos a glorificação da própria Igreja, pois, na medida em que vive em santidade, a Igreja vai vencendo a dimensão pecadora em cada um dos seus membros. Digamos que olhamos para a meta – a glorificação com Maria no Céu – percorrendo as várias etapas pessoais com novo vigor e renovado sentido.

= Ela é sinal de consolação e esperança para o vosso povo peregrino
Com este modelo de caminhada e força de atração para a santidade, podemos deixar-nos conduzir pela Mãe, investidos na força de esperança e como sinais de consolação.
De fato, a celebração da Assunção de Nossa Senhora, para muitos em tempo de lazer e de descanso, pode-nos ajudar a revigorar as forças, por entre tantos medos e incertezas... no presente e para o futuro. E nem a sensação dum certo empobrecimento – pessoal, familiar, social e nacional – nos poderá castigar perante esta força de atração que é Maria glorificada.
Mais do que uma devoção ou entretendo-nos com pequenas festas populares, esta solenidade da Assunção de Nossa Senhora chama-nos a viver o compromisso de construir-nos uma sociedade mais fraterna e tendencialmente mais solidária.
Como povo peregrino sabemos donde vimos e para onde vamos, pois a nossa meta não se fixa numa utopia rebelde ou rezingona, mas antes se constrói por uma comunhão esclarecida nas várias dificuldades uns dos outros... a começar pelos que nos estão mais próximos.
Precisamos de semear flores de esperança e de cantar as vitórias da consolação. Assim o façamos mais consciente e responsavelmente!

António Sílvio Couto

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