Partilha de perspectivas... tanto quanto atualizadas.



sábado, 7 de julho de 2012

Combatendo o síndrome da negatividade

Permanentemente somos inundados por notícias negativas. Poucos dão boas notícias. Aquelas sobrepujam-se a estas. Vivemos numa espécie de síndrome de negatividade. Com mais facilidade se acredita numa possível derrota do que numa ténue vitória.

A comunicação na sociedade – escrita, falada, visionada... pessoal ou intercomunicada – vai criando um ambiente onde é mais fácil acreditar na morte de alguém do que no seu sucesso. Quantas vezes nos deixámos influenciar mais por aquilo que dizem mal – real ou inventado – do que por aquilo que é dito de bem! Quantas vezes vemos regozijar com o mau desempenho do que com as vitórias... mesmo que pequenas! Quantas vezes nos alegramos mais com o mal dos outros do que com o bom-sucesso!

Dá a impressão que nos deixámos mais tomar pelo mau-olhado do que pelo bom-olhar. Vivemos numa espécie de cultura onde o negativo faz mais fulgor e consegue mais influência do que a dimensão positiva. As cores escuras ganham – mesmo em época de calor – às cores mais claras. Vamos criando um ambiente quase funesto... onde, com mais facilidade o espírito do mal tem campo de atuação propício para ganhar ascendente... sobre nós e à nossa volta.

  Breves apontamentos para irmos combatendo a negatividade

- Que os ‘nossos’ políticos falem (sempre e só) a verdade sobre a situação do país e que não tentem explorar o mau desempenho dos outros para (meramente) se promoverem com as derrotas alheias;

- Que os trabalhadores não desdenhem dos empregadores, mas que tentem construir empresas de sucesso, pois este só aparece antes de trabalho no dicionário;

- Que os mais novos apreciem o que os mais velhos lhes dão, cuidando de que possam usufruir com qualidade aquilo que lhes tem sido dado com sacrifício;

- Que os fazedores de opinião não tentem absolutizar leituras relativas, muitas delas ao sabor da ideologia, mas que façam os outros pensar pela sua cabeça, tendo também opinião favorável para com todos;

- Que os promotores do desporto – que é muito mais do que o futebol! – não tentem ganhar, ludibriando os adversários, mas antes sejam dignos das vitórias conseguidas com justiça e em verdade desportiva;

- Que os profissionais da saúde, dos transportes, da justiça, da educação, da segurança social... não olhem só aos seus interesses quando os defendem, através da greve ou de outra forma de luta, mas atendam a que a sua razão de ser está em função daqueles a quem servem e lhes pagam, indiretamente, os ordenados – nalguns casos chorudos – que auferem;

- Que as igrejas (tradicionais ou outras) e os seus ministros sejam dignos da confiança dos fiéis, que, através deles, procuram a aproximação ao divino, permitindo um amadurecimento espiritual e de esperança em Deus e para com os humanos;

- Que certos responsáveis – sobretudo purpurados e/ou afins – na Igreja católica, pelas posições que tomam, publicamente, mais não pareçam estar aproximados e/ou seduzidos por certos ritos do avental do que pela lógica do serviço humilde do Evangelho aos outros, fazendo a paz e não criando a dissensão social, eclesial e política.

Acreditando que o combate ao síndrome de negatividade começa, prioritarimente, no íntimo de cada um de nós, cremos que será abrindo-nos à confiança uns nos outros e de todos em Deus que conseguiremos fazer uma sociedade mais fraterna, mais solidária porque mais cristã, verdadeiramente!



António Sílvio Couto

1 comentário:

  1. Eu sonhei que alguém me dizia, _Você tem a síndrome da negatividade. Por isso estou nesta página pesquisando. Eu sou uma pessoa super positiva e passo isto para os outros, mas percebi que minhas filhas andam negativas, assistem mitas notícias ruins pela internet já reclamei com elas, eu estou sempre mostrando o lado positivo das coisas. Realmente o que você diz é verdade estamos vivendo a valorização do ruim e do negativo. Obrigada por sua matéria.

    ResponderEliminar