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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Apupos e assobios... contra o Presidente da República


Nas mais recentes deslocações do Presidente da República – Póvoa de Varzim, Guimarães, Castro d’Aire, etc. – verificaram-se algumas manifestações de descontentamento para com a figura do atual inquilino do Palácio de Belém. Os motivos de tais apupos e assobios andam – ao que (trans)parece – ligados mais a motivos sindicalistas e a contestações ao pagamento de portagens e coisas afins.

Valerá a pena recordar que os três símbolos na Nação Portuguesa – segundo a constituição: artigo 11.º – são o hino, a bandeira e o Chefe de Estado ou Presidente da República.

Se os dois primeiros têm andado em destaque de alta, particularmente, por razões desportivas, com o futebol à testa, o último, pelo que temos podido perceber é alvo de destaque em baixa... ao que se pode perceber por motivos ideológicos menos claros, por agora.

= Presidente de todos ou para todos... os portugueses?

Houve um candidato à presidência da República que, quando foi eleito, se fez aclamar ‘presidente de todos os portugueses’, mesmo daqueles que não tinham votado nele. Ora esta expressão tem tanto de demagógico, quanto de incorreto, pois o eleito – salvo em razão de unanimidade, o que não foi nem é o caso, ou estaríamos em ditadura de candidato único – tem sempre opositores e, por isso, não recolheu todos os votos; portanto não é ‘presidente de todos’, mas deverá ser ‘presidente para todos’, isto é, sem preveligiar os seus apaniguados nem os da sua simpatia ideologógica ou mesmo política.

Ora que temos visto, sobretudo, nos tempos mais recentes é que há fações que, não se revendo – política, económica ou sociologicamente – no atual Chefe de Estado/Presidente da República se dão ao trabalho – ou será ao crime? – de ofender um dos símbolos da Nação e com isso poderem incorrer em ofensa à Pátria.

Perante certo aparato contestatário – muitas vezes com umas dezenas de manifestantes... arregimentados por forças de quem ‘está sempre no contra’ – fica-nos a sensação de que são sempre os mesmos e que rodam para parecem bastantes. Talvez se devesse ver melhor a cara dos que por lá andam e teríamos outras certezas, descobrindo subterrâneas finalidades!... Talvez as autoridades devessem exercer mais as suas competências, identificando que profere palavras ofensivas à função – que não meramente a pessoa do dignitário – do Chefe de Estado/Presidente da República!... Se todos têm direito e liberdade a dizer o que querem também devem ser responsabilizados nas suas ações e comportamentos.

= Quando uma certa cobardia parece compensar!

Vivemos um tempo ávido de respostas um tanto imediatistas, onde a defesa dos interesses (pessoais, grupais ou de classe) como que se evidenciam por sobre uma outra visão em favor dos demais. De fato, algumas das manifestações sindicalistas, de contestação, de desempregados (ativos ou meramente passivos) ou de associações sectoriais nem sempre parecem ter em conta o necessário interesse comum e/ou coletivo. Com efeito, certas promoções em favor de uns quase revertem em favor de minorias, sejam elas as já habituais e quase institucionalizadas – onde algumas agremiações partidárias se acoitam – sejam as que aproveitam a onda contestatária contra tudo e em oposição a (quase) todos...

Quando o país precisa de fatores de unidade, não podemos continuar a tolerar a arrogância de certas forças que vivem (quase sempre) na retanca e no deita-abaixo, criando a sensação de tudo está perdido e como que favorecendo a discordância antes de que a harmonia numa certa perspetiva de futuro menos duro e crispado.


Basta de dogmatismo e de impunidade! Basta duns tantos intocáveis e de outros senhores da democracia – desde que seja a sua – votando ao ostracismo quem não pensa nem age como eles! Tendo na devida conta os intérpretes de cada fase da história, neste tempo que é o nosso, precisamos de líderes com visão e de cidadãos comprometidos na construção do amanhã de esperança e em confiança!...


António Sílvio Couto

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