Causou grande furor e suficiente alarido a nomeação governamental de ‘pedro adão e silva’ para comissário executivo das comemorações do ’25 de abril’ de 2024. Conhecido comentador de vários canais, esta figura (pretensamente) distinta da área da ciência politica tem alguma (ou bastante) proximidade aos socialistas, tendo sido dirigente partidário em certo tempo.
Independentemente do custo – ouviu-se dizer que são milhares
de euros mensais – e do tempo de duração do contrato (designação ou tarefa),
esta ‘comissão de serviço’ como que tem uma feição de arranjinho pelo trabalho
já feito e/ou a fazer.
E não digam que, quem discordar da matéria, quem
questionar o tema ou até quem colocar suspeita ao indicado, terá de aguentar
com os rótulos do costume ou de se amochar perante inquestionável decisão. Se é
para ‘celebrar’ a liberdade não se poderá aduzir delito de opinião por não se
concordar… O dogmatismo não era epíteto do regime derrubado em 74?
Noutros contextos poderá ter a significação de que, estando um determinado acontecimento a terminar, logo outros se empenham em desmontar o que permitiu realizá-lo, quase sem dar tempo a perceber quer a pressa, quer a necessidade em desfazer-se do acontecido… Isto é, rapidez e eficiência em mudar…sem todos se darem conta do sucedido.
2. A habilidade de colocar em lugares de influência quem
antes foi fazendo o seu trabalho de promoção da sua ideologia não é novidade
nestes anos de ‘democracia’. A maioria dos partidos e forças de intervenção
orientada e com fins pretendidos souberam colocar os seus peões de presença,
uns mais camuflados e outros de forma mais ostensiva; uns em postos de
participação clara e outros na retaguarda; uns com o nome próprio e outros sob
pseudónimo ou encobertos pelo disfarce; uns de microfone na mão ou na lapela e
outros segurando somente o tripé… Não basta ouvir o que é dito, é preciso saber
por quem, onde e quando é dito…
Ora, naquilo que tem de questionável sobre a nomeação do
dito senhor para o posto de comissário executivo das comemorações dos 50 anos
do ‘25 de abril’, nota-se que o evento tão policromado com facilidade se presta
a interpretações díspares e, tanto quanto é percetível, isso foi um solene
disparate. Antes que venha outro, defenda-se o pretendente.
António Sílvio Couto
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