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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Situação de seca… de água e de ideias




Segundo dados mais ou menos credíveis, o nosso país tem vindo a caminhar para uma situação de seca extrema, atingindo em finais de maio passado, 98% do território…

Ora, se a ausência de chuva tem vindo a agravar-se, outrossim a ausência de ideias para mobilizar o país sofre de idêntica secura, senão mesmo de aridez… psicológica e cultural.

Um longo e tenebroso manto – rosa, adamascado ou doutra cor afim – cobre as mentalidades, fazendo crer que tudo está bem e que nada será capaz de ofuscar um certo sucesso, dizem que até económico.

Sobre a seca de água parece que ainda vamos sendo informados com alguma credibilidade, o mesmo não será tão fiável de ver e de demonstrar sobre a situação do país social, político ou mesmo financeiro. 

= Fique, desde já claro, que não partilho minimamente do pretenso otimismo de quem ocupa o posto de governo nem aprecio essa outra turbulência intervencionista – a propósito, a despropósito e às vezes com intromissões – do inquilino de Belém e tão pouco considero digna de crédito uma projeção dum certo sucesso carimbado por Bruxelas, quando nos parecem mais fazer flutuar sobre o mar das dificuldades ultrapassadas do que das decisões patrioticamente tomadas.  

* É preciso que haja verdade e independência por parte de tantos dos intervenientes na vida pública, onde nem sempre a maioria da comunicação social tem feito corretamente o seu papel, antes parecendo mais vendida a alguém que subjuga económica e ideologicamente…ainda sem mostrar o rosto e/ou a caricatura.  

* Muito mal vai este país que rotula de ‘bom tempo’, só quando há sol e não chove, mesmo que a chuva possa ser mais do que benéfica para a vida e as diversas tribulações do povo que gasta o tempo e tenta angariar o sustento a partir daquilo que lhe dá o campo, sem subterfúgios de estufas nem de outras artimanhas de sucesso. Com efeito, ‘bom tempo’ também é o de receber a chuva como dom solícito de angariação de ambiente para as colheitas e os esforços rurais. Enquanto fizermos de conta que os calores citadinos são o que de mais interesse tem para todos, andaremos a ser subornados por outros intentos que não os do equilíbrio holístico e espiritual… A chuva faz sempre falta com conta, peso e medidas certas e adequadas! 

= É clamorosa a desnecessária valorização do incrível seguidismo de forças ideológicas que vão capitalizando os seus intentos à custa da desvalorização dos que pensam pela sua cabeça, de quem seja capaz de não precisar das proteções de tios e de enteados mais ou menos bem cotados na bolsa da promoção sócio política.  

* Por agora vão aparecendo os ditos candidatos autárquicos, uns em recauchutagem, outros em primeira dose e alguns ainda num recurso ao refugo daquilo que nada deu e nada conseguirá. Os tentáculos partidários vão emergindo por entre tentativas de vitória ou como derrota por poucos. Quem for ver o arquivo doutras eleições poderá encontrar bastantes semelhanças ou ainda como promessas do ‘dejá vu’…  

* As ditas ideias de mudança ou os projetos de cativação de novos interesses dá a impressão que foram saldados em maré de muito vento… tudo foi levado e nem resquícios ficaram. Novos atores com ideias renovadas precisam-se e dão-se alvíssaras a quem encontrar tais desideratos a curto e/ou médio prazo. 

= Em maré de seca – extrema ou severa – das fontes de alimentação para as águas em solo, vivemos idêntico questionamento sobre as ideias que possam vir a frutificar com resultados democráticos e com legitimidade… Que dizer de eleitos que o foram com mais de dois terços de abstencionistas? Alguém será capaz de conviver com tais fantasmas?

Mediocridade, não, obrigado!      

 

António Sílvio Couto




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