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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

‘Faltei’ à 2.ª dose de vacinação

 


O caso conta-se em poucas palavras: na 6.ª feira, dia 10, comecei a receber uma sms com a indicação de ir-me-ia ser enviada uma mensagem de convocação para segunda dose da vacina anti-covid-19. De facto, no sábado, dia 11, às três e três da manhã, chegou a tal mensagem, convocando-me para ir, na 2. ª feira, dia 13, ao local de vacinação, às 10.50 horas... no domingo, dia 12, às 21.22 horas, voltei a receber a mensagem para a receção da 2.ª dose de vacina... recomendando que não me esquecesse.

Tudo isto teria sido normal e de boa diligência não tivesse eu já rececionado a tal segunda dose no dia 22 de junho, às 9.55 horas, no mesmo local e não tivesse também o ‘certificado de vancinação’ impresso em meados de julho...até para poder circular durante uns breves dias de férias fora do espaço de residência habitual.

Entretanto, nesta semana que está em curso circulou a informação – emitida pela task force encarregada do processo – de que 90 mil utentes não compareceram à segunda dose de vacinação contra a covid-19. Efetivamente se os casos faltosos forem como o meu, talvez tenham outra impressão dos dados recolhidos e mesmo da total eficiência dos serviços. No afã de querer vacinar o maior número possível de pessoas – já ter-se-ão atingidos 8.273.795 com a segunda dose – dá a impressão que algo começa a tornar-se exagerado...

 = Do aliviar da máscara aos impropérios negacionistas

Por estes dias foram dadas indicações de alívio quanto ao uso da máscara nos espaços públicos. No entanto, manda o bom senso que não se corram riscos nem se possa hipotecar o conquistado com leviandades de uns tantos. Embora a sugestão tenham sido feita, boa parte da população continua a conviver de máscara colocada e mantendo-se a obrigação nos espaços interiores. Como dizem alguns mais observadores, por entre sarcasmo e anedótico: a máscara favorece muita gente, evitando-se ainda caras nem sempre tão prazenteiras como se acham...

Um resquício da população pretende negar que haja covid-19 e nem os milhões de mortos em todo o mundo – e quase dezoito mil no nosso país – consegue demover tais intentos nuns tantos/as apostados em querem ser ora negligentes, ora parvos, ora inconsequentes, pois se estiverem doentes – infetados ou internados – podem tornar-se um perigo para a saúde pública e o bem estar alheio... dado que o respeito por si mesmos denunciam não cultivarem minimamente.

Deu algum alarme as ofensas publicitadas contra um órgão de soberania. Já outros mais exagerados nos protestos tinham chamado a atenção. Mas o que mais custa aceitar é que estas pessoas se acham no direito de serem perigos públicos só pela simples razão de que a sua ‘liberdade’ individual perturba o bem comum... Esta ditadura da insenatez não merece respeito nem pode continuar a ser propagandeada de forma impune.

 

= Já será tempo de colher lições desta pandemia?

Decorridos quase dois anos de pandemia do ‘covid-19’ fomos reapredendo a viver, a conviver e a sobreviver. Tudo mudou. Quase tudo se tornou tema de apreensão. Na maioria dos casos parecia que a própria sombra ampliava a desconfiança, o medo e a suspeita interiores e exteriores.

- Quem não sentiu a vulnerabilidade da vida? Quem não sentiu, ao ver tantos a morrerem de repente, que a nossa vida sempre está por um fio, basta um pequeno sopro e finamo-nos? Quem não se apercebeu que somos, sem disso nos darmos conta, um perigo à solta uns para os outros?  

- As nossas relações humanas são suscetíveis de serem modificadas. A convivência social tem novas regras, até pelo excesso dos tempos anteriores. Espaços e oportunidades de convivialidade têm de ser diferentes. Dá a impressão que foi semeada a desconfiança e que nos tornamos mais retraídos uns para com os outros.  

- Pelo que se tem visto neste destapar das condicionantes gerais, estamos a correr riscos que podem fazer retroceder todo o processo de desconfinamento. Paira no ar a suspeita, a dúvida e ainda bastante medo!

- Não podemos continuar a viver com esta espada de Dâmocles coletiva...sobre a cabeça. Cuidado!

 

António Sílvio Couto

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