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sábado, 20 de agosto de 2011

Fumar ou não, eis a questão... atual e futura

A autoridade nac ional do medicamento e produtos de saúde (Infarmed) referiu, esta semana, que é desaconselhável aos consumidores  a utilização dos ‘cigarros eletrónicos’, pois estes, podem à semelhança dos cigarros convencionais, gerar dependência, para além da (mera) nicotina.
Com este alerta o Infarmed tenta esclarecer que, aquela instituição oficial, não possui, até ao momento, qualquer autorização nem registo para aquele tipo de produto substitutivo, tanto como medicamento ou como mero dispositivo médico.
A razão desta ‘desconfiança’ sobre os cigarros eletrónicos radica sobre a sua qualidade, a segurança e a eficácia, sendo, na interpretação do Infarmed, desaconselhada a utilização do produto em causa.
Já, anteriormente, a Organização mundial de saúde tinha lançado um aviso: os cigarros eletrónicos contêm aditivos químicos que podem ser muito tóxicos e não servem como terapia para deixar de fumar.

= Vício pessoalmente caro...
A tomada de consciência sobre os malefícios do tabaco teve uma inegável evolução muito positiva nos tempos recentes, desde as campanhas mais elucidativas até às mais impressionantes foi-se tentando criar um ambiente desfavorável ao tabagismo, desde a mais tenra idade. Com efeito, nota-se, nalgumas situações, quase um fundamentalismo anti-tabaco, gerando conflitos de interesses até no convívio social.
Por outro lado, vemos que, nem o preço – suficientemente elevado – tem desmotivado muitos adolescentes e jovens – particularmente do sexo feminino – de entrarem no circuito tabágico. De fato, mais do que uma afirmação social, o tabaco torna-se como que uma dependência psicológica mais ou menos assumida.

= ... Prejudicial à saúde pública
A repercussão do vício do tabaco na saúde pública é fonte de um enorme gasto, tanto na prevenção como na tentativa de atenuar os efeitos do (ab)uso do tabaco. Com efeito, as complicações decorrentes dos malefícios do tabaco têm-se propagado e manifestado em várias doenças no âmbito psico-somático, tanto nervosas como respiratórias, cardíacas ou cancerígenas... ativas ou passivas, vitimando, anualmente e ao nível mundial, milhões de pessoas.  
Digamos – mesmo que de forma simplória – o vício do tabaco faz gastar mais milhões de euros na cura do que aquilo é proveniente da sua comercialização, gerando, por isso, mais sofrimento do que prazer... se fumar trouxer alguma compensação a quem dele disfruta!
Apesar do muito que tem sido feito na luta contra o tabagismo, é preciso definir prioridades, por forma a que as pessoas se consciencializem em relação aos riscos e perigos pessoais, familiares e sociais do (ab)uso do tabaco... direta ou indiretamente.

= Desafios para uma saúde mais limpa
Partindo do princípio cristão da responsabilidade em respeitar a própria saúde, formulado no quinto mandamento do decálogo: ‘não matar nem causar dano, no corpo e na alma, a si mesmo e ao próximo’, poderemos sugerir alguns desafios interpelativos:
- Entendemos o não uso do tabaco como uma forma de velar pela nossa saúde?
- Compreendemos que o dinheiro gasto no tabaco é queimado em desfavor dos mais pobres?
- Cuidamos em não fumar em lugares públicos como forma de respeito pela saúde dos outros?
- Fazemos sacrifício em não fumar como testemunho, sobretudo em tempo de crise?

Embora cada um – teórica e subjetivamente – possa fazer o que lhe apetece, nesta matéria do uso do tabaco, tem de saber ocupar-se a confluência entre a liberdade pessoal e a convivência coletiva... não fumando, mesmo que sejam os tais cigarros eletrónicos, pois o vício não compensa.

António Sílvio Couto

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